Cotidiano

Após massacre, Manaus tem madrugada violenta, com homicídios e decapitação

SÃO PAULO- O terror que tomou conta de Manaus com o massacre que deixou 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), com mortes violentas e decapitações, se repetiu entre a noite de ontem e a madrugada desta quinta-feira, dessa vez nas ruas da cidade. A capital do Amazonas registrou pelo menos oito homicídios em cerca de 12 horas. Em um dos casos, uma vítima foi morta com 20 tiros. Um outro homem foi alvejado com tiros na cabeça. Os disparos também acertaram a cabeça de uma criança de 3 anos, que está internada com perda de massa encefálica. Numa outra ocorrência, um corpo foi encontrado decapitado, assim como ocorreu na rebelião de presos.

Considerando os oito homicídios, Manaus teve pelo três vezes mais assassinatos em relação à média de 2014 e 2015. Segundo dados de anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nesse período de dois anos a cidade registrou 2,3 assassinatos por dia. Foram 779 assassinatos em 2014, e 968, em 2015

Em um grupo de policiais militares no WhatsApp, a noite de terror em Manus foi descrita como ainda mais violenta. Eles mencionam dez assassinatos entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, além de casos envolvendo tentativa de assalto, um arrastão e troca de tiros com fugitivos. Eles não detalham, porém, se a perseguição envolveu presos do Compaj.

Das ocorrências registradas, a violência dos crimes aparece, por exemplo, na quantidade de tiros disparados contra as vítimas. No bairro Coroado, na zona leste de Manaus, um homem foi morto com pelo menos 20 tiros. A polícia suspeita que o caso envolva acerto de contas entre traficantes.

Em outro caso, o pedreiro Jeferson da Costa Felício, de 33 anos, foi morto com tiros na cabeça e nas costas por dois homens que chegaram em uma moto. Foi nessa ocorrência que um meninos de 3 anos também levou um tiro na cabeça. Ele se assustou com chegada dos autores do crime e correu para o colo do pai.

Já a vítima que foi decapitada foi encontrada no bairro Cidade de Deus. O corpo estava em uma área com lixo.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do Amazonas ainda não se pronunciou sobre as ocorrências. A Policia Militar também não quis se manifestar sobre assunto, por atribuir a responsabilidade pelo registro e investigação dos crimes à Polícia Civil.