Cotidiano

Após manhã de tiroteios, Pedro Paulo diz que política de pacificação não fracassou

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RIO ? Após tiroteios intensos na madrugada e na manhã deste sábado em favelas de Santa Teresa e do Rio Comprido, o candidato do PMDB à prefeitura do Rio, Pedro Paulo, negou que a política de pacificação promovida pelo governo do estado tenha fracassado. As comunidades da Coroa, Fallet e Fogueteiro, onde aconteceram os confrontos, contam com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Pedro Paulo defendeu que a política de pacificação seja aprofundada, com uma participação mais intensa da prefeitura.

? De maneira nenhuma (a política de pacificação fracassou). É só perguntar para um morador de (comunidade com) UPP se ele quer acabar com a pacificação. De maneira nenhuma. Ele quer que aprofunde o processo de pacificação com o governo do estado e a prefeitura trabalhando juntos ? disse.

O peemedebista afirmou que mais investimentos em saúde, educação e programas sociais são parte da solução para o encerramento dos confrontos provocados por disputas no controle do tráfico de drogas. Pedro Paulo negou que a descriminalização das drogas possa contribuir para o fim dos conflitos entre bandidos e também com as forças policiais.

? Não acho que é questão de descriminalização. É questão de polícia, de segurança. Tem que ter segurança, a Polícia Militar pacificando, e a prefeitura ajudando a Polícia Militar, seja dotando ela de instrumentos e ajuda, seja na questão social, investindo em educação e saúde, em programas sociais para essa juventude. É assim que nós vamos combater a insegurança, o tráfico e pacificar as comunidades ? destacou.

Pedro Paulo tem evitado associar a dificuldade no crescimento nas pesquisas de intenção de voto à crise do estado, governado pelo PMDB desde 2003. Internamente, integrantes da campanha reconhecem que a situação é um empecilho para Pedro Paulo. Nesta manhã, o presidente do PDT, Carlos Lupi, reconheceu que a crise tem atrapalhado o desempenho do peemedebista. Lupi, o prefeito Eduardo Paes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a vice de Pedro Paulo, Cidinha Campos, participaram de uma caminhada no Largo da Taquara, na Zona Oeste.

? Essa eleição vai ser decidida no photochart (em referência à briga pelo segundo turno). O estado está mal, tem um desgaste do PMDB por estar há muito tempo no poder, a impopularidade do (presidente) Michel Temer. Tudo isso contribui. Mas acho que ele (Pedro Paulo) vai descolar e vai para o segundo turno.

Pedro Paulo voltou a dizer que é o único candidato capaz de derrotar Marcelo Crivella (PRB), líder nas pesquisas, no segundo turno:

? Pergunta ao Crivella qual o único candidato que ele não quer no segundo turno. Sou eu. Minha candidatura reúne as maiores forças políticas, é a candidatura que representa essa cidade que avançou, por isso é a candidatura viável para vencer o Bispo Crivella no segundo turno ? afirmou.

Paes reforçou o discurso usado nos últimos dias de campanha:

? A gente não pode brincar e deixar o rio com gente que não tem capacidade de governar. Como disse o Pedro aqui: ou representa o Bispo Macedo e o (Anthony) Garotinho ou representa os black blocks. Vamos eleger o cara mais preparado, que foi o capitão do meu time na prefeitura ? disse o prefeito, fazendo referências a um discurso de Pedro Paulo com críticas a Crivella e a Marcelo Freixo (PSOL).