Política

Após doze anos, Brasil voltará a ocupar vaga no Conselho de Segurança da ONU

A eleição já era esperada, uma vez que o Brasil concorreu sem adversários entre os países latino-americanos

Washington – O Brasil foi eleito nessa sexta-feira (11) para uma das vagas rotativas do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). É a 11ª  vez que o País vai ocupar um mandato de dois anos em uma das cadeiras temporárias, a primeira sob o governo do presidente Jair Bolsonaro.

A eleição já era esperada, uma vez que o Brasil concorreu sem adversários entre os países latino-americanos. Durante a campanha, no entanto, houve preocupação entre diplomatas brasileiros com o tamanho do apoio a ser recebido.

O Brasil teve 181 votos, dos 182 votos válidos na votação para representante da América Latina. Houve 8 abstenções e 1 voto para o Peru. Ao todo, a sessão dessa sexta contou com 190 membros presentes.

Em 2009, na última vez que o País foi eleito para uma das cadeiras rotativas, o Brasil recebeu o voto de 182 países de um total de 183 votantes. São necessários os votos de dois terços dos estados-membros da ONU para a eleição dos membros rotativos.

Desta vez, o Brasil concorreu em meio a críticas da comunidade internacional. O presidente brasileiro comprou briga com outros países, como China e França, e é visto como um dos mais negligentes no manejo da pandemia.

Além dos desafios de ordem política, o Brasil precisou correr para pagar parte da dívida acumulada com a ONU e aprovar créditos no apagar das luzes de 2020 para honrar parte dos compromissos fiscais com a instituição. O governo brasileiro já acumula dívida de R$ 10,1 bilhões com organismos internacionais. No ano passado, o País correu o risco de perder direito a voto na ONU devido a dívidas, o que causaria um embaraço para a eleição no Conselho de Segurança.

 

Membros rotativos

A Assembleia-Geral da ONU escolhe, anualmente, cinco membros rotativos para a cadeira de dois anos no Conselho de Segurança. Os países admitidos temporariamente se juntam aos membros permanentes, que são Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.

As dez vagas rotativas são distribuídas regionalmente, sendo cinco delas para África e Ásia, uma para o Leste Europeu, duas para América Latina e Caribe e duas para Europa Ociental e outros Estados.

Durante o Governo Michel Temer, o Brasil costurou um acordo com Honduras para antecipar sua volta ao Conselho de Segurança e se candidatar para a vaga neste ano. O País assumirá uma cadeira rotativa nos anos de 2022 e 2023.

Albânia, Gana, Gabão e Emirados Árabes Unidos também foram eleitos para o mandato bienal que começa no ano que vem.