Cotidiano

Após discursos, acusação e defesa vão se manifestar sobre impeachment

BRASÍLIA ? O presidente do STF, Ricardo Lewandowski ? que comanda o processo de impeachment no Senado a partir desta terça-feira ?, suspendeu por 30 minutos a sessão que decide sobre a continuidade do processo contra Dilma Rousseff. Os trabalhos serão retomados às 23h10. Acusação e defesa então falarão por 30 minutos cada.

A sessão foi suspensa após os senadores se revezarem na tribuna defendendo ou atacando o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) pelo afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff.

Último a falar na fase de discussão, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) disse na noite desta terça-feira estar com a consciência tranquila por votar pela cassação definitiva, pois nesses quase três meses de processo no Senado, não faltou oportunidade de defesa. Ele destacou a melhora dos indicativos econômicos e a mudança do clima desde a posse do presidente interino Michel Temer e que as pessoas voltaram a respirar com a saída da presidente Dilma.

Mas protestou contra senadores da oposição, como Gleisi Hoffman (PT-PR) e Roberto Requião (PMDB-PR), que disseram que o Senado ?não tem moral? para julgar Dilma.

? Se tem alguma pessoa que perdeu sua boquinha, está no direito de estrebuchar, mas não venha colocar todo mundo no mesmo balaio. Quem acusa, tem que dar nomes. O Senado tem 81 senadores, tenho 30 anos de mandato e tenho preocupação de honrar meu mandato e minha família. O Requião fala que tem 35 senadores que receberam da Odebrecht sem dar nomes, coloca sob suspeição os 81 senadores ? protestou Petecão.

Requião fez um discurso contra o impeachment com críticas a parlamentares que foram ministros de Dilma e agora apoiam seu afastamento.

? Não posso entender que na mudança dos ventos os senhores mudem de opinião e abandonem governo ao qual serviram com dedicação, ainda mais que são testemunhas do caráter, da seriedade e da lisura da presidente – disse.

Ele citou ainda informações de que 35 senadores estariam acusados de corrupção na delação da Odebrecht e afirmou que 17 governadores e ex-governadores, entre eles até o relator Antonio Anastasia, teriam realizado práticas similares as que agora levam ao afastamento de Dilma.