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Após derrota para EUA, brasileiros vão treinar passe e recepção

globo-6qzwub865tfuu371pa3_original.jpgDia ressaca e treino de passe e recepção para os jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei. Após derrota para os Estados Unidos, a primeira na Olimpíada, em partida que terminou na madrugada desta sexta-feira, o time de Bernardinho vai entrar em quadra, na noite desta sexta-feira, para aprimorar esses dois fundamentos que deixaram a desejar no confronto que terminou 3 a 1 para os rivais. Mas há dois problemas, destacados pelo técnico Bernardinho: o tempo de descanso entre o jogo e o treino e o cansaço dos jogadores.O Brasil enfrenta a invicta Itália, nesse sábado, às 22h35, no Maracanãzinho, e pode contar com o meio de rede Maurício Souza, que ainda não estreou.

– Hoje (sexta-feira) a gente só conseguirá treinar à noite. Não tem como. Após um desgaste como esse, que hora eles vão dormir? Então à noite, a gente vai treinar principalmente recepção. Mas também, não posso botar os caras para saltar (para sacar) porque eles precisar estar com energia para amanhã (sábado) – ponderou o treinador, que pode usar máquinas para lançar bolas para os jogadores e os atletas que atuaram pouco na última partida. – Teremos treino de passe e recepção e saque menos. Vamos tentar acertar o saque no dia do jogo, de manhã já que o jogo é muito tarde. Você usa máquinas e os braços que temos, aqueles que não jogaram muito, que estão fisicamente mais aptos.

Bernardinho chamou a atenção para os aces que o time aceitou mesmo quando o saque rival havia sido direcionado para o meio da quadra (foram 9 pontos de saque no total).
– Tomamos ace, com saque forte, no miolo de quadra. Podemos tomar ace na linha, como tomamos, mas foram muitos no miolo. Eles vieram forte o tempo todo no miolo de quadra. É um jogo de pressão mas nós também temos de impor pressão.

Ele afirmou que o Brasil fez uma boa partida contra os americanos, mas que os rivais atuaram de forma esplêndida. Com duas derrotas na competição, precisavam vencer para manter chance de classificação para as quartas de final.

Os Estados Unidos forçaram o saque e tiveram boa atuação na defesa. Em contra partida, o saque do Brasil, que também foi forçado, não ameaçou a recepção e o passe rival. Com mais volume de jogo, os americanos foram mais eficientes.

– Não acho que o Brasil fez uma partida ruim, fez uma partida boa, não muito boa. Para jogar contra uma equipe que atuou muito bem, tem de jogar muito bem também. Perdemos jogando bem e temos de jogar melhor, dar um passo a mais. Essa foi a primeira situação de pressão nessa competição – avaliou o treinador, que também quer rever os contra ataques, já que os americanos tiveram melhor aproveitamento nesse quesito. – Convertemos poucos, principalmente no primeiro set. Preciso achar soluções para, em situações de pressão, jogar de novo a bola, criar a segunda ou a terceira chance de pontuar em um mesmo rali. Sofremos com alguma ansiedade para decidir o ponto. E os EUA foram mais lúcidos.

Esse foi o 100.º jogo do vôlei masculino do Brasil em Olimpíadas. É a primeira seleção que chega a essa marca (disputa o torneio desde que o vôlei entrou no calendário, há 52 anos, em 13 edições). Essa é a 40.ª derrota (60.ª vitória). Os Estados Unidos é o time que mais enfrentou o Brasil em Jogos Olímpicos e também o time que mais venceu: tem sete vitórias e cinco derrotas.

PRESSÃO

O treinador também comentou sobre a pressão em momentos decisivos nos sets. Na segunda parcial, o Brasil tinha vantagem e deixou os EUA fecharem.
– Preocupante como as viradas se deram, em diferentes situações. Essa pressão que eles nos colocaram, vamos sofrer de novo contra a Itália. Como lidar com ela é questão importante. A Itália vai, assim como a Sérvia fez na final da Liga Mundial (em que o Brasil perdeu por 3 a 0) e como os EUA fizerem aqui, forçar o saque o tempo inteiro. É a arma que eles tem para tirar a velocidade do Brasil. Não somos um time de jogar com bolas altas, mas complicado para nós, é questão de estilo de jogo. Teremos de controlar um pouco mais isso. Não presentear o rival com pontos.

Para ele, seus atletas tem totais condições de virar a chave e encarar a Itália sem o resquício da derrota. Diz que, se o time tem pretensões de brigar por medalhas, num campeonato como esse, tem de ter condições de superar o resultado adverso.

– Se nós acreditamos que somos um grande time, não o melhor mas um grande time, não é uma derrota… Os EUA perderam duas vezes e veio como veio. A França perdeu (na estreia para a Itália) e depois ganhou duas partidas. Simples não é. Mas temos de saber lidar. E sabíamos que a chave seria assim, de equilíbrio, de perde e ganha. Se não tivermos essa capacidade é porque não estávamos prontos e certamente eu não os preparei da forma correta para enfrentar uma situação como a que estamos enfrentando aqui. Se esse for o caso. Certamente a equipe vai reagir.

Ainda pelo grupo A, a Itália se manteve invicta ao derrotar o México por 3 a 0 (25/17, 25/13 e 25/17). Os italianos são líderes, estão à frente do Brasil e já se garantiram na próxima fase. Os mexicanos, com três derrotas, não avançarão na competição. No outro confronto, a França fez 3 a 0 no Canadá (25/19, 25/16 e 25/19).

Na mesma rodada, pela chave B, a Polônia derrotou a Argentina por 3 a 0 (25/21, 25/19 e 37/25) e quase bateu o recorde de pontos por set: em Sydney-2000, a Itália venceu a Argentina por 3 a 0 com o primeiro set fechado em 40 a 38. Os poloneses estão matematicamente garantidos na etapa seguinte.
A Rússia fez 3 a 0 contra o Egito (25/11, 25/17 e 25/9) e o Irã superou Cuba por 3 a 0 (25/21, 31/29 e 25/16). Os iranianos precisavam vencer para manter as chances de classificação. A Polônia é líder do grupo e Cuba está eliminada..