Cotidiano

Após críticas a ministro, Rodrigo Maia defende harmonia entre os Poderes

BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já fez críticas públicas à decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, defendeu nesta quarta-feira uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) que gere “harmonia entre os Poderes”. Ele também acredita que, superada a votação de hoje, é preciso mostrar aos investidores que o país tem uma democracia sólida.

? É muito importante que a gente consiga que a decisão do Supremo seja uma decisão que gere harmonia entre os Poderes para que, depois do julgamento de hoje, os poderes possam voltar a conversar e a gente possa gerar um ambiente de tranquilidade e harmonia para mostrar à sociedade e aos investidores que o Brasil tem um sistema democrático sólido ? disse Maia.

O plenário do STF analisa a liminar que determinou o afastamento de Renan do cargo. O ministro Marco Aurélio de apresentou seu voto para manter o peemedebista afastado do cargo e vai encaminhar cópia de seu voto e todos os documentos que tem para o Ministério Público Federal investigue crime de descumprimento de ordem judicial pelo Senado. Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se abre inquérito contra Renan e outros envolvidos na operação de ontem em que foi recusada a notificação da decisão da liminar do STF.

? Encaminhem cópia deste voto ao Procuradoria-geral da República, consideradas as posturas adotadas pelos destinatários das notificações com sinalização de práticas criminosa. É como voto ? disse o ministro.

Além de pedir o afastamento do presidente do Senado, Marco Aurélio quer que a PGR investigue os senadores, incluindo Renan, que se recusaram a receber a notificação judicial da liminar, dizendo que há sinais de ?prática criminosa? na conduta.

O ministro emparedou os colegas de Corte, assinalando que uma eventual decisão de deixar Renan no cargo se trata de ?jeitinho brasileiro?. Ao destacar que Renan e mais dois senadores se negaram a receber a notificação.