Cotidiano

Após ataque em Orlando, republicanos prometem votar controle de armas

WASHINGTON — O massacre à boate gay de Orlando trouxe à tona, mais uma vez, a já antiga discussão entre os americanos sobre o controle de armas nos Estados Unidos. Mas, desta vez, os senadores republicanos se comprometeram a votar medidas de restrição à venda de armas apenas alguns dias após o maior ataque armado da História do país, anunciou nesta quinta-feira o senador democrata Chris Murphy.

Dentre as possíveis mudanças, deverão ser discutidas a verificação do histórico dos compradores e a proibição de venda aos que estiverem na lista de vigilância contra o terrorismo. Há mais de dez anos, os republicanos bloqueiam novas medidas para o controle das armas no país.

O partido alega que a mudança ameaçaria o direito dos americanos de possuir armas, garantido pela Constituição. No entanto, a recente tragédia de Orlando e os frequentes ataques armados que acontecem pelo país vêm pressionando Washington a revisar a legislação.

— Quando começamos, não havia comprometimento ou plano para debater estas medidas. Não há garantia que estas emendas passarão, mas teremos algum tempo para prevalecer sobre os membros a tomar estas medidas e transformá-las em lei — afirmou Murphy à imprensa local.

Enquanto cresce a pressão para uma resposta ao massacre, o virtual candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que se reuniria com o lobby armamentista do país para discutir medidas de controle de armas. Na ocasião, segundo ele, será debatida a proibição da venda de armamentos às pessoas que estão na lista antiterror.

Omar Mateen, o agressor que foi morto pela polícia, estava armado com um fuzil e uma pistola compradas legalmente pouco antes do ataque. O jovem americano de 29 anos era monitorado pela polícia federal e tinha sido interrogado três vezes pelo FBI por causa de ligações suspeitas com círculos extremistas.

Se o Congresso aprovar uma medida de controle de armas, esta seria a primeira vez em mais de 20 anos que legisladores americanos concordam em uma mudança sobre o tema. Em 1994, as armas semi-automáticas — como era a usada por Mateen — chegaram a ser banidas, mas a proibição expirou dez anos mais tarde.