Cotidiano

Após almoço com Temer, Rodrigo Maia fala harmonia e diálogo

BRASÍLIA – Após promover um almoço nesta segunda-feira para o presidente interino Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu uma ampliação no diálogo entre o peemedebista e partidos que sustentam o seu governo. Ele admitiu que a base tende a ficar mais coesa depois de resolvido o processo de impeachment no Senado, mas afirmou que o almoço teve a função de mostrar harmonia da base para aprovar matérias de interesse do governo interino.

? O Brasil precisa de diálogo, e nada mais representativo disso do que o bom diálogo entre a Câmara e o governo. Claro que nós ainda temos um processo de impedimento para que a gente possa tentar ampliar esse diálogo. Mas o almoço teve esse simbolismo, de mostrar harmonia e diálogo para discutir aquilo que está na pauta da Câmara ? afirmou Maia.

O presidente da Câmara se reunirá ainda na tarde de hoje com os líderes de legendas da base para arredondar a agenda da semana, mas as prioridades na pauta são terminar a votação dos três destaques do projeto da renegociação da dívida dos estados e as oito Medidas Provisórias (MPs) que tramitam na Casa, muitas delas com data de validade próxima. Maia acredita que ao menos três delas possam ser liquidadas entre hoje e terça-feira. Após resolver esses assuntos, o governo quer entrar no projeto que muda a forma de exploração do pré-sal, um dos que enfrentam mais resistência no PT e outras legendas de oposição.

Rodrigo Maia negou que tenha havido qualquer cobrança de Temer, e sim um pedido para que o Legislativo avance nas matérias econômicas:

? Não teve nenhuma cobrança, mas um pedido do presidente para que a Câmara possa avançar nessas matérias tão importantes para o país ? disse.

Maia contou ainda que o deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo na Casa, pediu para começar as votações desta segunda pela MP 722 – que abre créditos extraordinários para atender a publicidade e infraestrutura dos Jogos Olímpicos – para testar o quorum da Casa e ver se conseguirão número para votar os demais projetos.

Outra MP que pode caducar é a da reforma administrativa, a primeira editada por Temer e que extingue e cria cargos no governo.

CUNHA

O presidente da Câmara voltou a falar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cuja votação do processo de cassação em plenário está marcada para o dia 12 de setembro. Maia reiterou que a votação ocorrerá na data marcada e que haverá quorum para tal. Ele comparou a situação com o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que foi votado na Câmara em um domingo com alto quorum.

? A data está marcada, é uma data correta e tem motivo de ser. No dia 12 de setembro estaremos fazendo essa votação e encerrando esse assunto. O impeachment a gente votou no domingo, o governo tentou tirar quorum e não conseguiu ? afirmou o presidente.