Economia

Apesar da pandemia, exportações do Paraná fecham próximas da estabilidade em 2020

Houve ligeira queda de 0,16% com relação a 2019, sendo soja e carnes os principais produtos negociados pelo estado

Apesar da pandemia, exportações do Paraná fecham próximas da estabilidade em 2020

Segundo dados de dezembro divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do ministério da Economia, as exportações paranaenses somaram US$ 16,429 bilhões em 2020. A queda em relação a 2019 (US$ 16,454) foi de apenas 0,16%. Já as importações registraram queda de 15,4% no ano, num total de US$ 10,740 bilhões negociados. Assim, o saldo da balança comercial paranaense em 2020 somou US$ 5,7 bilhões, 51,3% maior do que o acumulado em 2019.

“Não foi o desempenho ideal, mas diante de um ano adverso em função da pandemia da covid-19, que atingiu em cheio a economia mundial, o resultado não deixa de ser bom”, avalia o economista da Fiep, Evânio Felippe. Mas ele alerta que é preciso atenção porque a alta no saldo da balança se deve muito mais à queda expressiva das importações do que ao bom desempenho das exportações do estado. “Com a redução no dinamismo da atividade econômica em todo o mundo, os mercados seguraram as compras externas para controlar despesas. Mesmo assim, mais de US$ 5,7 bilhões de saldo foram acumulados pelo estado em 2020”, afirma.

Complexo soja foi o principal produto vendido, que representa 37% do total exportado pelo Paraná em 2020, cerca de US$ 6 bilhões. Crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Depois vêm as carnes, que somam US$ 2,1 bilhões e respondem por 13% da pauta, mas que registraram queda de 24% em relação ao total vendido em 2019. Em seguida, material de transporte, itens ligados ao setor automotivo, com US$ 1,2 bilhão e 7,6% na pauta, com queda de 33% nas vendas no ano. E madeira, com participação de quase 7% da pauta, crescimento de 6,6% em 2020, chegando a US$ 1,1 bilhão em valores negociados.

“O setor automotivo foi um dos mais impactados pela pandemia. Numa situação de dificuldade econômica, os mercados retraem o consumo de produtos de alto valor agregado, como automóveis, o que fez cair significativamente as vendas externas destes produtos aqui no Paraná e também a produção nas indústrias do estado”, argumenta o economista.

Importações

Também por conta da instabilidade econômica gerada pela covid-19, a compra de insumos, produtos e serviços de fora foi reduzida em 15,4% no Paraná em relação a 2019. Produtos químicos – adubos, fertilizantes e inseticidas utilizados na agroindústria – tiveram pequena queda de 4,5%, mas representam 35,2% da pauta de importações do estado. Depois, em valores mais expressivos, vêm produtos derivados do petróleo, com retração de 39%; produtos mecânicos (-5%); materiais elétricos e eletrônicos (-8%); e material de transportes (-56%).

“Em 2020 a atividade de comércio exterior do estado se manteve estável mesmo diante da pandemia. Para 2021, o desempenho está condicionado às políticas de imunização em massa da população. Quanto mais rápido for o ritmo de vacinação no estado e no país, maior deve ser o dinamismo e os reflexos na economia, como a retomada dos empregos, do consumo, aumento de vendas e de produção nas indústrias para atender à demanda”, conclui Felippe.

 

Fonte: Sistema Fiep

Fotos: Gelson Bampi