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Aos 22 anos, esgrimista tem chance de Bronze hoje em disputa por equipes

1080 - esgrima.jpgA esgrimista curitibana Amanda Simeão, de 22 anos, deu o que falar antes mesmo de desembarcar no Rio para os Jogos Olímpicos. Primeiro, ela despachou Emese Takács, de 38 anos ? húngara que se naturalizou brasileira depois de se casar ?, por meio de um processo judicial em que alegava que a rival havia arranjado o matrimônio e, portanto, não teria direito a integrar a seleção do Brasil.

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Depois, quando foi eleita ?musa da Olimpíada?? pela revista ?Playboy??, mesmo recusando o convite para posar para a capa, entre outros motivos, por ser sargento do Exército. Agora, a atleta pode fazer história: disputa hoje a prova de equipes na espada ao lado de Rayssa Costa e Nathalie Moellhausen. Segundo ela, o Brasil, terceiro colocado nos Jogos Pan-americanos de Toronto, tem chance de brigar pelo bronze.

? No Pan, vimos o campeão olímpico da espada (o venezuelano Ruben Limardo) perder de 15 a 5 para um zé ninguém (o egípcio Ayman Fayez, número 17 do mundo). Estamos confiantes e temos boas atletas ? afirma Amanda, cuja participação na disputa individual foi relâmpago, já que perdeu na estreia para a francesa Marie-Florence Candassamy, por 15 a 6, terminando em 35º.

Rio 2016 – Esgrima Feminino

Da equipe, Nathalie, em 6º, teve o melhor resultado da história da esgrima do Brasil. Rayssa ficou em 31º. Elas enfrentam a Ucrânia em confronto de nove tempos, com três minutos cada. Quando uma atleta marcar cinco pontos, as jogadoras são trocadas. Ganha a equipe que fizer 45 pontos ou que tiver mais pontos quando o tempo estourar.

? Meu embate com a Emese tinha a ver com o fato de que poderiam anular o resultado da equipe em caso de medalha. Afinal, a naturalização dela era suspeita e foi suspensa ? explica a atleta, que foi promovida de reserva a titular.

1008 - esgrima2.jpgChegar à Rio-2016 foi uma luta. Não só nos bastidores, com a ajuda de seu técnico, Giocondo Cabral, o autor da ação na Justiça, mas também por causa de uma torção no joelho esquerdo, duas semanas antes da Olimpíada.

? Rompi os ligamentos em fevereiro. Fiz muita fisioterapia, usei joelheira especial e, na época, para poupá-lo, treinava sentada, apenas com os movimentos do braço ? conta a esgrimista, que vai precisar operar o joelho após a competição.

Durante a recuperação, de seis a nove meses, ela não pretende ficar parada. Quer aproveitar a maré a seu favor e turbinar a lista de patrocinadores iniciada quando disse não à ?Playboy??. Ela também vai inaugurar uma escola de esgrima em Curitiba, na qual disse ter investido sozinha cerca de R$ 100 mil para dar oportunidade a crianças carentes de praticarem o esporte.As mais saradas do Rio-2016

Apesar da boa repercussão, Amanda conta ter ficado assustada com o convite da revista:

? Ao mesmo tempo que pensava que qualquer mulher ficaria feliz, se sentiria linda e sexy, pensei na exposição.

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A esgrimista assume a vaidade ? é conhecida no meio esportivo por estar sempre maquiada ? e acha que a beleza se tornou uma carta na manga. Na pista e fora dela.

? Já tentei lutar com a cara lavada, de tanta encheção de saco de técnicos e rivais, mas não era eu. Agora nem ligo. Luto maquiada e de cabelo solto. Vejo rivais mais preocupadas em tomar conta do que eu visto do que com o meu jogo. Melhor para mim. Esgrima 07-08

Entre suas musas, cita Jaqueline do vôlei (?Ela é alta e tem cabelão), as gêmeas Bia e Branca do nado sincronizado (?Bonitas demais??), a ginasta Natália Gaudio (?Loira e linda??) e a amazona Luiza Almeida (?Além de linda, é uma jovem com talento que estreia em Olimpíada??).

Amanda se formou na esgrima treinando na Europa. Primeiro, na Itália, potência mundial da modalidade, onde morou dos 7 aos 14 anos. Depois, em Paris, treinando por três anos e meio com o francês Daniel Levavasseur, um dos melhores e mais vitoriosos do mundo, que hoje comanda a equipe de espada da China.

? Sempre fui competitiva. Mas quando fui para a Europa queria mesmo praticar esporte de inverno. Sabe brasileiro que nunca viu neve? Adorava patinação no gelo. Depois fui experimentando. Joguei até futebol. Mas a esgrima me ganhou ? conta a brasileira, que de musa passou a tiete ao pedir autógrafo ao tenista espanhol Rafael Nadal quando esbarrou com ele na Vila Olímpica.