Cotidiano

Anúncio de repasse federal não descarta fechamento de hospital

Ministério prometeu R$ 600 mil por mês até habilitar portaria

Toledo – Enquanto a União não habilita a região Macro-Oeste pela portaria 2.395/2011, um incremento de R$ 600 mil nas receitas do Hospital Bom Jesus, de Toledo, será repassado todos os meses (dez parcelas, somando R$ 6 milhões).

O dinheiro deverá vir do Ministério da Saúde para minimizar os prejuízos causados ao segmento perante a falta de investimentos em infraestrutura, recursos humanos e manutenção, conta que é bancada praticamente sozinha pelos gestores de hospitais filantrópicos do País inteiro.

O aporte financeiro segue até a habilitação, que ainda não tem prazo para ocorrer. As receitas conquistadas à população que depende do SUS, o Sistema Único de Saúde, foram anunciadas pelo deputado estadual Sergio Souza, que fez o pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Castro. Apesar de ter muito que comemorar neste momento, o parlamentar ressalta que o trabalho ainda não cessou.

“Vencemos essa etapa, porém, vamos continuar trabalhando para o credenciamento da Macro-Oeste, que é uma necessidade do nosso Estado”.

No entanto, o superintendente do Bom Jesus, Tiago Stefanello, afirma que a possibilidade de fechamento do hospital, mesmo com o anúncio, não foi descartada. A unidade possui dívidas de mais de R$ 16 milhões.

“Isso porque estamos no aguardo de um comunicado oficial do Ministério da Saúde. Recebi uma ligação do ministro na terça-feira à noite, que me informou sobre essa ajuda, mas não sabemos como nem quando os repasses vão ocorrer. Somente depois de um posicionamento oficial é que o conselho do hospital vai se reunir e tomar uma decisão”, explica Tiago.

A garantia de que os recursos equilibrem as contas só se dará na próxima segunda-feira (14), depois de videoconferência entre o Estado, governo federal e representantes da Associação de Saúde do Oeste do Paraná, mantenedora do hospital.

A reunião estava marcada para quinta-feira (10), porém, foi adiada pelo Ministério da Saúde. Os protestos organizados para a tarde de quinta-feira, com o abraço simbólico ao hospital e o fechamento da BR-467, foram cancelados depois da garantia dada pela União.

Ajustes

Tiago Stefanello comenta que caso os recursos sejam realmente encaminhados à unidade, serão necessários ajustes para gerar ainda mais economia.

“Estamos com algumas prospecções que serão colocadas em prática assim que tudo for oficializado. Uma delas, e que pode dar resultado, é reduzir o período de horas extras dos servidores”, diz.