Cotidiano

ANS decreta direção técnica na Unimed-Rio

INFOCHPDPICT000059896595RIO ? A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decretou nesta quinta-feira um regime de direção técnica na Unimed-Rio, passando a ter o acompanhamento direto de um técnico indicado pela agência reguladora, segundo antecipou Lauro Jardim em seu blog.

Segundo a Unimed-Rio, o regime de direção técnica estabelecido pela ANS não é uma intervenção, mas, segundo o próprio órgão regulador informou em reunião realizada nesta quinta-feira, um acompanhamento mais próximo da operação assistencial da cooperativa. Esse acompanhamento será realizado por um representante indicado pela agência que atuará realizando análises e recomendações, mas sem poder de gestão na cooperativa.

? Temos um problema e estamos totalmente comprometidos em resolvê-lo. A Unimed-Rio é uma empresa viável e o que mais precisamos hoje é de tempo para que as ações que estamos tomando possam surtir efeito ?diz Denise Durão, diretora médica e vice-presidente da cooperativa de saúde.

A cooperativa também esclarece que o atendimento permanece normalizado, sem qualquer impacto aos clientes e cooperados, e que toda e qualquer iniciativa da direção técnica será no sentido de melhorar a prestação de serviço.

A direção técnica terá a duração de um ano, podendo a operadora ter mais de um regime subsequente. Há quase dois anos passando por uma crise financeira e institucional, a Unimed-Rio estava sob a direção fiscal do órgão regulador desde 2015.

A operadora ressalta que, diferente da direção fiscal, que é um acompanhamento do panorama econômico-financeiro da empresa, a direção técnica se concentra nas questões assistenciais e não representa o primeiro passo para a liquidação:

? A direção técnica visa justamente a evitar que a situação chegue a um nível expremo. Diversas operadoras já estiveram neste regime e tiveram sua situação normalizada.

Advogada especialista em direito à saúde, Renata Vilhena Silva acredita, no entanto, que essa decisão trará mais insegurança aos segurados e prestadores de serviço.

? O clima é de tensão e o cenário atual é bem parecido com o que ocorreu com a Unimed Paulistana no ano passado. Alguns hospitais, clínicas e laboratórios podem se movimentar para pedir o descredenciamento da operadora, alegando incertezas no recebimento pelos serviços prestados. Se isso ocorrer, os beneficiários podem sofrer ainda mais com uma rede credenciada que vem reduzindo consideravelmente.É necessário aguardar para ver os impactos dessa decisão da ANS, mas a expectativa não é animadora ?, analisa a advogada, acrescentando que, no caso de descredenciamentos, o usuário deve ser informado com 30 dias de antecedência e a Unimed-Rio precisa incluir outro prestador de serviço equivalente.