Cotidiano

André Moura vai ao Planalto entregar documento de apoio a Geddel

62860726_BRASIL - BRASÍLIA -BSB - 22-11-2016 - O líder do governo na Câmara deputado André Moura cum.jpgBRASÍLIA – Acompanhado apenas de três deputados, o líder do governo André Moura (PSC-SE) foi ao Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira, entregar um documento, assinado por líderes da base, de apoio ao ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), que está no centro de uma polêmica envolvendo tráfico de influência para a liberação de uma obra na Bahia que o beneficiaria pessoalmente.

Geddel

Moura afirmou que o documento é uma demonstração de apoio político da base e que, apesar de a investigação na Comissão de Ética da Presidência estar em curso, as atitudes do ministro mostram que ele tem confiança de que será inocentado.

– Ele pediu que fosse retirado o pedido de vista e que fosse acelerado, isso é uma prova da confiança que o ministro Geddel tem do que vai ser produzido na comissão de ética da presidência. E estamos demonstrando que isso não vai contaminar nossa base nem prejudicar os trabalhos do governo – afirmou o líder.

Segundo relatos, alguns líderes da base que assinaram o documento não quiseram “marchar” até o Planalto ao lado de André Moura por acharem o ato “exagerado”, apesar de apoiarem a permanência do ministro.

– Assinei, mas marchar até lá é um pouco demais – disse ao GLOBO um líder da base de sustentação do governo.

Ao lado de Moura estavam apenas os líderes do Solidariedade, Genecias Noronha, do PTN, Carlos Henrique Gaguim, e o deputado Wellington Roberto, do PR.

O líder do governo afirmou que Geddel é “peça-chave” do governo e que o documento reforça a legitimidade do ministro à frente da pasta.

– Reafirmamos o apoio total e irrestrito dos líderes da base ao ministro Geddel e a confiança que temos na legitimidade para continuar conduzindo a articulação política do governo. Afinal de contas, a condução que ele tem dado tem permitido que possamos colecionar inúmeras vitórias, temos aprovado todas as matérias de interesse do país – disse.

Após pedir demissão do cargo de ministro da Cultura na sexta-feira, Marcelo Calero atribuiu sua decisão a pressões políticas para favorecer integrantes da base do governo. Em entrevista para a “Folha de S. Paulo”, Calero acusou Geddel de tê-lo pressionado para favorecer interesses pessoais do ministro da Secretaria de Governo.

Segundo Calero, Geddel o procurou em pelo menos cinco ocasiões, para obter do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a liberação de um projeto imobiliário em área tombada de Salvador, na Bahia. Segundo Celero, Geddel disse ser dono de um apartamento no prédio que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus aliados.