Cotidiano

Análise: O futuro está logo ali

RIO ? À primeira vista, pode parecer uma medida protocolar, como centenas de outras da burocracia legislativa. Não é. O cumprimento da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, sobre o andamento do pacote anticorrupção no Congresso deve ser acompanhado com lupa pelo cidadão interessado na reação do Legislativo à Lava-Jato. A devolução do projeto à Câmara pode acabar sepultando a discussão.

A razão: a brecha aberta pela determinação do ministro de que se cumpra o rito de votação aplicado aos projetos de iniciativa popular. A Câmara sinaliza que vai levar ao pé da letra a decisão e incluir na tramitação a checagem de cada uma das 2,1 milhões de assinaturas recebidas pelo pacote anticorrupção, desenhado inicialmente pelo Ministério Público Federal.

Não é processo simples. Há entendimento na Mesa da Casa de que a checagem das assinaturas seria feita pela própria Câmara, ainda sem detalhes sobre o tamanho da logística ou o tempo que demandaria.

A tomar como exemplo as mudanças que a Câmara fez ao projeto original dos procuradores da Lava-Jato ? para muitos, o texto original foi desfigurado ? há evidente risco de que se aproveite o vácuo para engavetar a discussão. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse há pouco que vai esperar posicionamento do plenário do Supremo sobre o caso.

Um vaivém na Praça dos Três Poderes, que definirá os rumos do Brasil pós-Moro.