Cotidiano

Análise: Com Serraglio, Temer fica mais longe de ministério de notáveis

RIO – A indicação do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça foi uma escolha política. Diferentemente de Carlos Velloso e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que eram as opções preferenciais para a pasta, o peemedebista não é um jurista renomado.

Com dificuldade para encontrar um nome de peso que aceitasse a tarefa, o presidente Michel Temer acabou optando por agradar parte de sua base de sustentação. A decisão por Serraglio tenta apaziguar o PMDB da Câmara, que pressionava por mais espaço no governo.

Se como advogado Serraglio não se destacou, na política não foi muito diferente. Sua atuação de maior relevância foi como relator da CPI dos Correios, em 2005, durante o escândalo do mensalão.

No ano passado, graças ao apoio do então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Serraglio conquistou a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. No cargo, foi acusado de participar de manobras para adiar a votação do processo de cassação de Cunha.

Ao assumir a Presidência da República, Temer pretendia montar uma equipe de notáveis. Com a escolha de Serraglio, ele dá mais um passo no sentido contrário.