Cotidiano

Amigos de menino de 11 anos morto por guarda dizem que estavam desarmados

SÃO PAULO – Os dois adolescentes de 14 anos que estavam com o menino Waldik Gabriel de 11 anos, morto no sábado por um guarda civil metropolitano em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, disseram, em depoimentos na terça-feira no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e na Vara da Infância e Juventude, que estavam desarmados.

A informação foi confirmada pelo advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, que acompanha o caso. De acordo com Alves, durante o depoimento, os dois adolescentes contaram que furtaram um carro na frente de uma pizzaria. Um motoqueiro que presenciou a cena os perseguiu e acionou os guardas.

Ao entraram na rua Regresso Feliz, os guardas teriam disparado quatro vezes. Ao verem que Waldik, que estava no banco de trás, havia sido atingido e estava desacordado, os meninos abandonaram o carro e fugiram.

Eles foram localizados na terça-feira de manhã por policiais do DHPP e convidados a depor após terem sido apontados pela família de Waldik como as pessoas que estavam com ele naquela noite, segundo Alves.

Os dois adolescentes vão responder em liberdade o processo de apuração de ato infracional na Vara da Infância e Juventude. De acordo com o advogado, em casos de furto não se aplica internação na Fundação Casa, apenas liberdade assistida.