Policial

Alvo da Operação Celeno, chefe de esquema de contrabando é preso após ficar 10 meses foragido

Polícia Federal de Ribeirão Preto (SP) confirmou a prisão no domingo (23) de um homem apontado como chefe do esquema de contrabando internacional investigado pela Operação Celeno, foragido da Justiça havia dez meses.

Alvo de um mandado de prisão da Justiça Federal do Paraná, Gilmar de Moura foi detido durante abordagem da Polícia Militar Rodoviária na Rodovia Anhanguera (SP-330), no município de Jardinópolis (SP), e chegou a apresentar documentação de seu irmão, informou a PF.

Ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto e responde por organização criminosa e contrabando.

Apontado por ter o controle sobre a logística do contrabando e influências tanto no Brasil quanto no Paraguai, Moura era procurado desde junho do ano passado, quando foi deflagrada a força-tarefa, realizada em diversas cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A quadrilha movimentava cerca de R$ 3 bilhões em mercadorias contrabandeadas por ano e utilizava várias aeronaves, aponta a PF.

Realizada após dois anos de investigações, a Operação Celeno cumpriu 138 mandados judiciais nos quatro estados. Ao menos 28 prisões foram realizadas, além de 75 mandados de busca e apreensão.

Sete aeronaves, que segundo a investigação eram usadas para levar as cargas, foram apreendidas. Destas, 6 estavam na área de Ribeirão: três no aeroporto de Ituverava (SP), duas no aeroclube de Orlândia (SP) e uma em Barretos.

Investigação

O inquérito da Polícia Federal aponta que mercadorias dos Estados Unidos eram levadas para o Paraguai e cruzavam a fronteira brasileira por terra até o Mato Grosso do Sul. Esquema que gerou uma movimentação diária de R$ 600 mil.

De lá, aviões monomotores levavam os produtos até as regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto (SP). Estradas clandestinas em canaviais eram usadas pelo grupo, segundo as investigações.

Do interior de São Paulo, as mercadorias então eram levadas para São Paulo e para outras partes do país.

Segundo a Polícia Federal, Gilmar de Moura era o líder mais importante dentre os quatro do grupo. Ele possuía controle sobre a logística do contrabando e influências tanto no Brasil quanto no Paraguai. De acordo com a operação, ele chegou a fazer até quatro voos diários para o transporte dos anabolizantes e eletrônicos até o interior de São Paulo.

O inquérito também relata que ele tinha informações privilegiadas passadas por seu sobrinho e vizinho de condomínio Moacyr de Moura Filho, agente da Polícia Federal.

Também acusado de ser um dos chefes do esquema, Sérgio Ricardo Colombo foi apontado pela PF como responsável por fraudar pagamentos de impostos das mercadorias contrabandeadas por pelo menos cinco anos.

Outro investigado de Ribeirão Preto é o ex-investigador Lourival Custódio Filho, apontado como líder de um dos grupos que transportavam as mercadorias nos voos.