Cotidiano

Alunos do CAp-Uerj terão aulas durante ocupação

RIO — Diferente da maioria das escolas estaduais ocupadas, o Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-Uerj) continuará a ter aulas para os alunos do 3º ano. A medida foi tomada visando o vestibular e teve apoio de pais e professores que se reuniram nesta quinta-feira para debater pautas e esclarecer sobre a organização da ocupação, que se tornará oficial a partir de segunda-feira.

— As aulas estão com horários reduzidos e os professores estão dando menos matérias. Mas entendemos que a Uerj e o Enem não vão nos esperar, por isso decidimos manter — afirmou Gabriela Muzza, aluna do 3º ano.

Além desta exceção, o prédio da instituição, localizado no Rio Comprido, continua a receber funcionários de segurança e de vigilância durante a ação dos alunos. O serviço oferecido aos estudantes de pós-graduação também não irá sofrer paralisação. A secretaria, no entanto, será fechada a partir da próxima semana.

Mãe de aluna do 8º ano e uma das diretoras da associação de pais e professores do CAp-Uerj, Helena Medeiros esteve na reunião e falou sobre o sucateamento da instituição, que é considerada um centro de excelência.

— Faltam professores, a infraestrutura do prédio está comprometida e os terceirizados não recebem há cinco meses. Eles estão vivendo uma situação de trabalho escravo — declarou Helena, informando que a limpeza do prédio passou a ser feita pelos próprios alunos.

Até o momento, estudantes e representantes da Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, órgão que a instituição é veiculada, não se reuniram para discutir as pautas propostas pela ocupação. Apenas na próxima quarta-feira, dia 25 de maio, haverá uma audiência pública no colégio com a comissão de educação da Alerj.

OBRAS DO BANDEJÃO

O atual prédio do CAp-Uerj funciona nas dependências de um antigo hospital e não possui bandejão. Na tentativa de construí-lo, um prédio nos fundos da escola foi demolido, mas a obra não foi finalizada por falta de recursos. Por causa da chuva, os alunos temem que o local vire foco de mosquitos da dengue e reclamam dos gastos com a alimentação.

— Nós ficamos na escola de 7h às 17h e gastamos cerca de cem reais para comer. É muito caro, a merenda tem que ser liberada assim como é feito em outras escolas públicas — comentou Gabriela.

Atualmente, há uma cantina e um refeitório dentro do colégio, onde os alunos realizam suas refeições. Os estudantes cotistas são os únicos que não pagam pelo serviço. O benefício faz parte de esforços realizados pela administração do CAp-Uerj.