Cotidiano

Alunos do alojamento da UFRJ protestam contra atraso na entrega da reforma

RIO – Devido ao atraso nas obras do alojamento da UFRJ, no Fundão, estudantes da universidade fizeram nesta sexta-feira um protesto na Reitoria, para onde levaram um caixão representando “a morte da dignidade dos alunos do alojamento”. O grupo diz que a reforma do prédio deveria ter sido concluída hoje e que a nova previsão seria agosto. Enquanto o espaço não é entregue, cerca de 400 universitários vivem numa ala em estado precário, com vagas para apenas 250 pessoas. Parte dos alunos passa as noites em barracas e em sacos de dormir.

Estudantes do alojamento também levaram para a Reitoria cartazes com frases como “queremos moradia digna”, “chega de promessas”, “falta água”, “cadê o pão” e “cadê o café”. Elas foram espalhadas em volta do caixão, instalado num dos corredores. Cerca de dez pessoas participaram do protesto, que também incluiu um ato na capela do alojamento.

— Depois de mais de 20 adiamentos, a obra, que seria entregue hoje, mais uma vez não teve o prazo cumprido — reclama Thiago Rosa, de 25 anos, estudante de física médica, morador do alojamento e integrante do Movimento de Casas de Estudantes (MCE). — As condições de moradia hoje são péssimas. Há fios expostos por todo lado. E, na semana passada, faltou café e pão. Há 40 anos que o alojamento não passa por reforma. A situação é degradante.

Thiago afirma que a obra no prédio segue devagar, embora só faltem os acabamentos finais. De acordo com ele, apesar das instalações e mobiliário novos, que deram cara de “primeiro mundo” ao alojamento em reforma, ainda não será resolvido o problema da falta de vagas. O universitário diz que o espaço terá 256 módulos (como são chamados os apartamentos), número insuficiente para a quantidade de alunos que moram no local.

— A prioridade na UFRJ são as Olimpíadas. Já estão prontos o campo de rugby, os dois de hóquei na grama e a obra da piscina olímpica da Educação Física, que serão usados para treinos, e o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem — critica o universitário, que é de Vitória. — Queremos que a prioridade seja o alojamento, que terminem logo com a obra.

O grupo ameaça ocupar a Reitoria até que seja dada uma solução para os problemas do alojamento. Em março do ano passado, reportagem do GLOBO mostrou que o espaço, em mau estado de conservação, passava por uma infestação de ratos.