Cotidiano

Alunos de colégio alemão na Argentina se fantasiam com símbolos nazistas

BUENOS AIRES, Argentina – Um grupo de estudantes de ensino médio de uma escola alemã na Argentina compareceu a uma festa à fantasia com suásticas e símbolos nazistas na cidade de Bariloche, no Sul do país, onde brigaram com alunos de uma escola judaica que reagiram indignados, informaram as autoridades.

O incidente foi divulgado nesta quinta-feira, mas ocorreu na noite de terça-feira em uma boate de Bariloche, 1.600 km a sudoeste de Buenos Aires. A cidade, conhecida por suas estações de esportes na neve, é um destino comum de viagens de jovens do ensino médio em todo o país.

Bariloche é uma vila turística aos pés da Cordilheira dos Andes, onde já foram encontrados líderes nazistas que escolheram o sul argentino como refúgio para escapar da justiça.

Os adolescentes, que cursam o último ano do colégio Sociedad Escolar y Deportiva Alemana de Lanús (periferia sul de Buenos Aires), compareceram à festa com suásticas pintadas no peito e usaram bigodes imitando o líder nazista Adolf Hitler.

Estudantes do colégio judeu ORT presentes na festa reagiram com empurrões, o que resultou em uma briga na qual todos foram expulsos do local. Um dia depois pediram desculpas pelo ocorrido.

“Estou horrorizada, é um fato repreensível, não é suficiente pedir desculpas, terão que reparar este dano com ações”, advertiu a diretora da escola alemã, Silvia Fazio, ao adiantar que serão aplicadas punições quando os estudantes voltarem a Buenos Aires.

A docente explicou que a escola não organiza, nem participa da viagem e ressaltou que “houve muitos filtros de adultos que falharam, como os pais que acompanhavam o grupo, os coordenadores, as pessoas do local, o motorista” do veículo que os levou. “Há muito para refletir”, opinou.

“Não é nem uma piada, nem uma graça, vamos partir do princípio de que refletem uma ideologia que culminou com 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas”, disse Cohen Sabban, da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA).

O líder judeu lembrou que, “se estes jovens tiverem mais de 16 anos, podem sofrer por este ato uma pena de um mês a três anos de prisão porque o que fizeram na Argentina é um crime”.