Cotidiano

Alimentação saudável e publicidade infantil são temas do Educação 360

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RIO ? Aos 11 anos, Luana Frutuoso já teve artrite e trombose
causadas pela obesidade. A recomendação médica para evitar novas crises das
doenças foi a perda de peso, porém a menina continuou consumindo refrigerante
e fast food regularmente e não conseguiu emagrecer.
Essa e outras histórias de crianças que sofrem com obesidade e sobrepeso são
mostradas no documentário ?Muito além do peso?, produzido pelo Instituto Alana e
lançado em 2013. Marcos Nisti, CEO
da ONG, participa amanhã da mesa ?Escola consciente, nutrição inteligente? ao
lado da psicóloga Maria Tereza Maldonato e
Andrea Mota, diretora de categorias da Coca-Cola
Brasil, mediada por Viviane Nogueira, jornalista do GLOBO.

links alimentação

Os três convidados irão discutir até que ponto as
crianças têm capacidade para tomar decisões de consumo sozinhas e o que deve ser
feito para garantir que elas tenham uma alimentação saudável. O Instituto Alana,
por meio do projeto Criança e Consumo, combate a publicidade infantil, um dos
grandes influenciadores no consumo de alimentos com excesso de açúcar e
gordura.

? A publicidade infantil está com os dias contados. As
marcas mais sérias e preocupadas com o consumidor já estão tirando isso de seus
planos de comunicação. Agora, essa discussão tem que ser ampliada para outros
segmentos. Um terço das crianças brasileiras está com sobrepeso. Esta é a
primeira geração que tem uma expectativa de vida menor do que a dos pais ?
alertou Nisti.

Apesar dos avanços, algumas questões, como falta de
regulamentação da publicidade infantil no Youtube e licenciamento de produtos para crianças,
preocupam o CEO do Instituto Alana.

? Tem youtuber
mirim que já está vendendo alimentos nos seus vídeos. Quanto ao licenciamento de
produtos, a criança vê um biscoito com a cara de um personagem querido e vai
pedir para o pai. Mas ela tem que querer a comida porque é bom para ela, e não
porque tem um personagem ali.

A publicidade também tem efeito sobre os adultos. Segundo a psicóloga Maria
Tereza Maldonato,
muitas vezes existe uma clara ligação entre o sobrepeso das crianças e o dos
responsáveis.

? Os pais precisam começar a dizer não para eles
próprios, para servir de exemplo. A família precisa se organizar e separar um
tempo para fazer alguma refeição com todos juntos. São pequenas mudanças no
cotidiano que vão reformular o mau hábito alimentar ? explicou.

Em maio de 2013, a Coca-Cola Brasil tornou pública sua
política de marketing responsável: não fazer publicidade voltada para crianças
menores de 12 anos. Em junho deste ano, a empresa anunciou, com a Ambev e PepsiCo, que vai parar de vender refrigerantes
para cantinas de escolas com crianças da mesma faixa etária e desde agosto vende
apenas água mineral e suco com 100% da fruta.

? A Coca-Cola Brasil concorda com a visão de
especialistas de que crianças ainda não têm discernimento para identificar
propagandas nem para fazer escolhas de consumo sozinhas. A obesidade infantil é
um problema causado por muitos fatores, e as empresas de bebida reconhecem seu
papel de ser parte da solução ? disse Andrea
Mota.