Cotidiano

Aliados de Dilma pedem anulação do depoimento de procurador na Comissão do Impeachment

Comissão do impeachment 16.06

BRASÍLIA ? A sessão da comissão especial que analisa o processo de impeachment começou nesta quinta-feira com questionamentos das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) que pediram, respectivamente, a anulação do depoimento ou a classificação como informante de Julio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). Ele foi o primeiro a prestar depoimento como testemunha. Aliados de Dilma, porém, argumentam que, como ele deu pareceres sobre as pedaladas e decretos no âmbito do TCU, não seria imparcial. A defesa da presidente foi na mesma linha.

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? Ou ele é estranho e não poderia ter deposto, ou atuou e é suspeito. Dizer que ele atuou e não reconhecer a suspeição é impossível ? afirmou o advogado José Eduardo Cardozo.

O senador Alvaro Dias (PV-PR) ressaltou que o tema já tinha sido levantado no dia do depoimento. Ressaltou que cabe aos parlamentares decidirem que peso darão às informações e minimizou a importância dos depoimentos:

? Estamos cumprindo aqui uma formalidade, porque, na realidade, todos nós temos uma posição construída de convicção dos trabalhos relativos a essa matéria.

A senadora Gleisi Hoffmann reclamou da fala:

? Então vamos encerrar a comissão.

Comissão do impeachment 16.06

O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB) disse que responderá posteriormente ao questionamento.

Na sequência, foi chamado à mesa para depor Felipe Daurich Neto, diretor do Departamento de Programas Sociais da Secretaria do Orçamento Federal, do Ministério do Planejamento. Como ele estava afônico e teve dificuldade para responder às perguntas do relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), houve um acordo para dispensá-lo e remarcar uma data para o depoimento. A comissão ouve agora Luiz Claudio Costa, ex-secretário executivo do Ministério da Educação.

As duas testemunhas foram indicada pela defesa de Dilma. A sessão foi iniciada às 11h27. Do ministério da Educação, falam ainda hoje Wagner Vilas Boas, ex-secretário executivo adjunto e Iara Ferreira Pinheiro, subsecretária de Planejamento e Orçamento da pasta. Da Secretaria de Orçamento Federal, depõe Clayton Luiz Montes, diretor do Departamento de Programas Econômicos.

Na reunião de quarta-feira houve também polêmica entre aliados de Dilma e do presidente interino, Michel Temer. A defesa pediu que Diego Prandino fosse retirado da coordenação da perícia que será realizada no processo com base em postagens de redes sociais que sinalizariam um apoio ao impeachment. O pedido foi rejeitado. Os aliados de Temer ainda impediram Hipólito Gadelha Remígio, consultor do Senado e funcionário do gabinete de Roberto Requião (PMDB-PR), prestasse depoimento por não ter vinculação direta com os fatos.