Cotidiano

Aliado de Putin, líder checheno põe filhos em evento de MMA e é atacado

Ct-zDHxWIAArGsE.jpgMOSCOU – Um dos aliados mais próximos do presidente russo, Vladimir Putin, chamou a atenção por um novo caso polêmico: o líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, foi criticado por colocar seus filhos em lutas televisionadas de artes marciais mistas (MMA). A TV estatal passou as lutas ao vivo. Até mesmo crianças de 8 anos entraram nas brigas.

Um dos filhos de Kadyrov, Akhmad (10 anos), derrotou outro menino por nocaute em sua luta, enquanto os irmãos mais novos, Eli e Adam, ganharam sua slutas por critérios técnicos. Todos entraram no ringue ao som de música de fundo, como lutadores profissionais, e sem capacetes de proteção. Nas vitórias, foram premiados com cinturões. O “show” aconteceu em Grozny, capital chechena.

Recentemente reeleito por mais de 98% do eleitorado local, Kadyrov ? que já chamou adversários políticos para a briga braçal após críticas ? elogiou os filhos ao postar no Instagram as lutas, dizendo que eles mostram “um caráter muito másculo”.

“Sei que há lutas muito vitoriosas à frente”, escreveu ele, que é fã de esportes e tem um clube de futebol na divisão de elite da Rússia.

Kadyrovinho

O checheno foi criticado por profissionais do ramo, que relataram que crianças abaixo dos 12 anos não deveriam participar de quaisquer lutas de MMA, “muito menos sem capacetes”.

“As lutas são inaceitáveis e perigosas. O que aconteceu é injustificável. Crianças se socando em frente de adultos que riam. É tão importante organizar um espetáculo ao custo da saúde das crianças”, atacou em publicação na internet o lutador de MMA Fedor Emelianenko

Muitos críticos de Kadyrov foram até seu perfil no Instagram para criticá-lo pela brincadeira.

“Nao é uma atitude legal. São crianças”, reclamaram alguns usuários no perfil de Kadyrov.

Aos 40 anos, Kadyrov é acusado há mais de uma década de envolvimento de violações graves aos direitos humanos durante seu governo na Chechênia, incluindo denúncias de assassinatos e desaparecimentos forçados. Sem oposição organizada politicamente, ele concorreu, efetivamente, contra si mesmo na última eleição.