Cotidiano

Alerta vermelho para risco de queimadas

Cascavel – Não jogar lixo em terrenos baldios, não soltar balões e não jogar pedaços de cigarros perto da rodovia em regiões com mata. Essas são algumas orientações do Corpo de Bombeiros a respeito do risco de queimadas principalmente em época de seca, a exemplo de agora.

Já são 13 dias sem chuva expressiva na região e o alerta é vermelho, segundo o Corpo de Bombeiros, porque este é um dos períodos mais críticos do ano.

Segundo o Instituto Meteorológico Simepar, não há previsão de chuva para os próximos dez dias e a umidade relativa do ar começa a cair. Ontem, o índice era de 47,5% quando o ideal é de 60%. Tudo contribui para o aumento de incêndios em vegetação. “O vento forte também ajuda que o fogo se propague, além do clima e da topografia, que contribuem muito para isso”, explica a tenente Marcela Schwendler, do Corpo de Bombeiros de Cascavel.

Nesses dias de seca foram 43 incêndios ambientais registrados pelo 4º GB (Grupamento de Bombeiros) de Cascavel, que atende a 43 municípios. No ano, o total é de 354 casos.

Em todo o Estado, já houve 4.151 incêndios em vegetação. No semestre, houve aumento de 44% nos incêndios se comparado 2018 a 2017.

Casos intencionais

Apesar dos danos causados ao meio ambiente e à população, a maioria dos casos ainda é intencional, de acordo com o Corpo de Bombeiros. “São aqueles incêndios que começam porque a pessoa fez uma queimada para limpar o terreno, ou objetos jogados que fazem com que o fogo comece. Também existe o incêndio acidental, quando, nas rodovias, por exemplo, o escapamento de um veículo solta uma fagulha que acaba gerando o incêndio na mata, ou até mesmo por um raio em situação que não ocorre chuva e que o raio atinge um pedaço de árvore no meio do campo: esses casos são exceções, mas acontecem”, explica a tenente Marcela Schwendler, do setor de Relações Públicas do 4º GB.

Quando acionado para atender uma ocorrência de incêndio em vegetação, o Corpo de Bombeiros tem duas formas de combate: o direto e a retirada do material combustível do fogo, que é a vegetação. “O ataque direto é quando usamos abafadores e mochilas de água de 20 litros, no caso de área de vegetação extensa e que o caminhão não consegue entrar. Na segunda alternativa, fazemos a retirada da vegetação seca próxima, que é o material combustível para o fogo. Dependendo da localização do incêndio, com essa retirada, o fogo chega a determinado ponto e acaba porque não tem mais a vegetação para queimar”, afirma.

Punições

A dificuldade dos órgãos competentes é encontrar os culpados por provocar o fogo. “Em casos de incêndio em terrenos da área urbana, a Secretaria de Meio Ambiente local prevê a multa por metro quadrado para quem provocar o crime, assim como em áreas da União ou do Estado. Quando há queima nessas áreas, o IAP [Instituto Ambiental do Paraná] é acionado e faz uma vistoria. Quando conseguimos descobrir o autor, o que é muito raro, tomamos as medidas cabíveis”, explica o chefe regional do IAP Cascavel, Luiz Carlos Marcon.

De acordo com a Lei 9.605/98, incêndio em vegetação culposo é crime e passível de detenção de seis meses a um ano, além de multa.