Cotidiano

Alckmin diz que não sabia sobre capitão do Exército em ato contra Temer

balta.jpgSÃO PAULO – O governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin disse, nesta sexta-feira, que não tinha nenhum conhecimento sobre a presença de um capitão do Exército, identificado como Willian Pina Botelho, num grupo de manifestantes presos durante atos contra o governo Michel Temer, no início do mês, na capital. Ele estava acompanhado do secretário de Segurança Mágino Alves, que frisou não haver nenhuma parceria com órgãos do Exército no tocante à investigação ou infiltração em manifestações.

? Eu não tinha nenhum conhecimento disso, mas o doutor Mágino tem feito um trabalho muito bom. Nós temos procurado sempre trabalhar no sentido de São Paulo, que é um estado democrático, garantir a segurança de manifestações. E são manifestações legítimas, políticas. Ontem teve uma manifestação sem nenhum incidente. Agora, temos que zelar pela segurança das pessoas e não deixar depredar patrimônio nem público, nem privado ? disse Alckmin num evento na Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Após a fala do governador, Mágino ouviu questionamentos de jornalistas sobre o fato de Botelho não ter sido detido junto com os demais.

? Aquelas pessoas que foram detidas naquela data tinham objetos que demonstravam que elas iriam praticar atos ilícitos na manifestação. Este foi o motivo pelo qual elas foram detidas. Aquela pessoa, que é este oficial do Exército, não tinha nenhum, não portava nenhum objeto que demonstrasse que ele estivesse ligado aquele grupo. Outras pessoas também foram liberadas pela Polícia Militar naquela ocasião ? explicou Mágino, que continuou:

? Eu quero deixar bem claro que a Polícia de São Paulo não tinha e não tem nenhuma parceria com órgãos do Exército no tocante à investigação, infiltração, com relação a este tema de manifestações. Não há nenhuma participação de órgãos de segurança do Estado de São Paulo com órgãos de segurança federais, visando a obtenção de informações a respeito dessas manifestações. Este oficial do Exército, se estava infiltrado ou não, nós não temos condições de responder. Quem deve responder isso é o Exército brasileiro. Nós, reafirmo, secretaria da Segurança Pública, organismos de segurança do Estado de São Paulo, não temos nenhuma relação com esta suposta infiltração deste oficial do Exército.

O secretário disse ainda que não há nada além de troca de informações a respeito de manifestações com a Polícia Federal e que não iria se manifestar sobre a legitimidade da ação supostamente orquestrada pelo Exército.

? Já tenho que cuidar da segurança pública do estado de São Paulo ? justificou.

Em nota enviada ao GLOBO, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que ?apura as circunstâncias? em que Botelho se infiltrou no grupo de manifestantes.