Cotidiano

Alan Moore, de 'V de vingança' e 'Watchmen', anuncia aposentadoria dos quadrinhos

RIO ? Mestre dos quadrinhos, Alan Moore está dando adeus à arte que o consagrou. O roteirista, que deu ao mundo obras como “Batman: A piada mortal”, “V de vingança” e “Watchmen”, anunciou que vai parar de escrever HQs para tentar os tais “novos desafios”.

Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, em que divulga o romance “Jerusalem”, Moore afirmou que ainda tem “umas 250 páginas de quadrinhos para fazer”, e depois está oficialmente aposentado da arte sequencial.

“Acho que eu já fiz o bastante de quadrinhos. Já fiz tudo o que eu podia. Acho que se eu fosse continuar a trabalhar com isso, as ideias inevitavelmente iriam sofrer, vocês começariam a me ver como um pneu velho reutilizado. Você e eu provavelmente merecemos algo melhor que isso”, disse.

Além de quadrinista, Moore é romancista, roteirista, cartunista, músico e mágico. Seu plano é focar no seu trabalho literário e no cinema. Há algum tempo, ele vem externando seu desejo de passar o bastão para uma nova geração de quadrinistas. Segundo Moore, a decisão veio quando ele percebeu que se sentia “muito confortável” com o meio.

“As coisas que me interessam no momento são as coisas que eu não sei se consigo fazer, como filmes, que eu não faço ideia do que estou fazendo, ou romances gigantescos. Coisas que eu não tenho certeza de que tenho vigor para ir até o fim”, disse ele. “Não preciso provar nada para mim mesmo ou a ninguém. Eu sempre vou reverenciar os quadrinhos, é um meio maravilhoso. Mas esses outros campos são mais empolgantes para mim”.

A aposentadora, no entanto, não será imediata:

“Ainda estou fazendo algumas edições de um livro da Avatar, parte de uma obra do HP Lovecraft em que eu tenho trabalhado recentemente. Kevin O’Neil e eu estamos finalizando ‘Cinema purgatorio’ e temos um outro livro, um livro final do ‘League of extraordinary gentlemen’ para completar. Depois disso, embora eu possa fazer pequenas obras em algum momento do futuro, eu vou parar com os quadrinhos”.