Cotidiano

Airbus planeja demitir mais de 1.100 pessoas como parte de reestruturação

FRANCE-AIRBUS-LABOURPARIS – A Airbus quer eliminar mais de 1.100 postos de trabalho em toda a Europa como parte da consolidação de suas atividades e da busca por um modelo para melhor competir com a rival americana Boeing e outras em meio à crescente demanda global por aviões. airbus 2911

O Airbus Group, empresa dona da fabricante francesa de aeronaves, enfrenta meses de negociações com sindicatos após apresentar um plano de reorganização ao conselho de trabalhadores nesta terça-feira, em Toulouse, na França.

AS demissões se darão em quatro países, com 640 dispensas na França, 429 na Alemanha, 54 na Grã Bretanha e 39 na Espanha, informou Jacques Rocca, porta-voz da companhia.

A Airbus, que tem cerca de 136 mil funcionários em todo o mundo, espera realizar os cortes por meio de saídas voluntárias, aposentadoria antecipada e realocação de pessoal ? mas pode recorrer a demissões se for necessário.

Yvonnick Dreno, do sindicato Força Operária, sugeriu que os trabalhadores devem entrar em greve se não conseguirem chegar a um acordo com os gestores a respeito das condições para os cortes de pessoal.

? Nós dissemos que não vamos aceitar demissões ? disse ele ao canal de TV BFM. ? Se for necessário haver ação dos trabalhadores, vai haver ação.

Discussões estão em curso pelos próximos seis meses, e as demissões só devem ser concluídas no fim de 2018.

O Airbus Group disse que as dispensas são necessárias enquanto ela faz a fusão da unidade que produz aviões com a empresa matriz e investe em projetos digitais.

O diretor executivo do grupo, Tom Enders, ressaltou a necessidade de aprendizado continuado para funcionários em um mercado de trabalho que muda rapidamente, e afirmou que a integração tem como objetivo garantir a ?competitividade futura?.

O anúncio vem um dia depois de uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) em uma longa disputa entre Airbus e Boeing sobre subsídios governamentais ? um parecer que considerou ilegal o auxílio dado pelos EUA à empresa americana.

A companhia francesa teve um ano desafiador, com as perdas relacionadas ao problemático A400, um avião militar de transporte, e ao jato de passageiros A350 ? prometido rival ao popular Boeing 787, mas cujo lançamento vem sendo adiado.