Política

Ainda sobre a greve dos caminhoneiros

Durante os dez dias que os caminhoneiros pararam o País e levaram o caos ao setor produtivo, especialmente agropecuário, já se falava que os efeitos da greve seriam percebidos por muitos meses e sua dimensão exata poderia levar um ano.

Além de derrubar as exportações, causar perdas no campo e nas indústrias, a greve dos caminhoneiros também trouxe um outro dano com impacto no futuro: a perda de confiança do empresariado, especialmente os de pequeno porte.

Muitos perderam, mas quem tem pouco sente muito mais qualquer perda. Ainda mais quando ainda tentava levantar do último tombo. Enquanto a expectativa era de sair da crise e retomar o crescimento, começar a ver as dívidas serem pagas, os clientes voltarem a comprar, os empregos serem retomados, o que houve derrubou os frágeis pilares levantados.

E a greve veio num momento muito complicado. Se já estava difícil, ficou ainda pior. Boa parte do setor produtivo, seja na indústria, no comércio, no campo e na construção civil, 2018 está longe de ser um ano de recuperação.

O que “de bom” se esperava não aconteceu, como a aprovação de reformas importantes e o governo conseguir fazer os ajustes necessários dentro de casa, o “de ruim” veio ainda mais pesado, com um caos inoportuno que desestruturou quem estava conseguindo se pôr de pé.

Vale lembrar que algumas consequências ainda estão em andamento, a exemplo da polêmica tabela de frete mínimo que parou o escoamento da safra de milho que começa a ser colhido. Assim como o transporte rodoviário de todo tipo de produto, que ficou muito mais caro, levando a conta para o consumidor. Essa greve pode ter durado dez dias, mas seus estragos serão sentidos por muitos meses ainda.