Cotidiano

AIE: Arábia Saudita retoma posição de maior produtor mundial de petróleo

LONDRES – A Arábia Saudita retomou a posição de maior produtor mundial de petróleo, ultrapassando os Estados Unidos, informou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta terça-feira.

?A elevada produção de petróleo da Arábia Saudita permitiu ao país superar os Estados Unidos e se tornar o maior produtor de petróleo do mundo?, afirmou a entidade sediada em Paris em relatório mensal.

Enquanto a Arábia Saudita acrescentou 400 mil barris por dia em sua produção a partir de campos de baixo custo desde maio, cerca de 460 mil barris diários de ?alto custo? de produção foram suspensos nos Estados Unidos. O país americano ocupava a liderança na extração da commodity e outros hidrocarbonetos líquidos desde abril de 2014, seguindo o ?boom? do gás de xisto.

A produção americana em agosto ficou em 12,2 milhões de barris por dia (bpd), incluindo líquidos de gás natural, segundo a AIE. No mesmo mês, a Arábia Saudita bombeou 12,58 milhões de barris diários.

A queda na produção dos Estados Unidos ocorreu devido à uma redução no número de sondas de perfuração de petróleo para um nível recorde de 404 em maio, segundo dados da consultoria Baker Hughes. Desde então, até 9 de setembro, o número avançou para 508.

Já o fornecimento de petróleo saudita subiu para 10,65 milhões de bpd em julho, caindo para 10,6 milhões em agosto. A produção média ficou em 10,36 milhões de bpd nos primeiros oito meses desde ano, quase 200 mil barris acima do registrado no mesmo período em 2015.

RECUPERAÇÃO DO XISTO

O preço para extrair petróleo do solo na Arábia Saudita tende a ser um dos mais baixos na curva global de custos, o que permite que o país resista a preços mais baixos da commodity do que outros produtores rivais, afirma Giovanni Staunovo, analista do UBS Group AG. A disposição da Arábia Saudita em manter as exportações em nível estável e em satisfazer a demanda doméstica mais forte levou a esse esforço contínuo para aumentar a produção, disse o especialista.

A queda na produção americana, por sua vez, se explica pelo declínio da produção de óleo de xisto, que viu queda de 66% nos investimentos desde 2014, segundo consultores da Rystad Energy em nota na segunda-feira. Ainda assim, uma recuperação do produto está à vista, de acordo com os analistas. Devido ao recuo acentuado nos investimentos na área, o setor viu seu preço de equilíbrio cair para US$ 50 por barril, o que deve permitir uma retomada mais rápida, afirmam.

?Em termos econômicos, o xisto é muito competitivo com preços de equilíbrio baixos e os anos de retorno mais baixos?, diz a Rystad. ?O xisto terá o maior crescimento em investimentos nos próximos anos?.