Policial

Agentes apontam falha em sistema geral de segurança

Cascavel – O Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná) divulgou nota ontem na qual refuta qualquer tentativa do governo do Estado de jogar sobre os agentes penitenciários a responsabilidade pela rebelião que ocorreu na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) no último fim de semana.

As falhas no sistema de segurança da unidade vêm sendo denunciadas pelo Sindicato desde o andamento das obras de reconstrução que precisaram ser feitas após a rebelião que, em 2014, destruiu 80% da penitenciária.

O governo do Paraná gastou R$ 2,5 milhões nas obras, mas entregou apenas a parte de concreto e as grades prontas, sem obras de automação na unidade.

Quase todos os equipamentos de segurança que constam na PEC, como circuito de monitoramento de TV e um sistema de segurança mecanizada, foram possíveis graças às ações dos próprios servidores, que realizaram eventos para arrecadar fundos, pediram apoio para comércios locais e se cotizaram para a compra de equipamentos.

O único equipamento de segurança instalado pelo governo foi a cerca elétrica com alarme que até hoje não está funcionando. Se estivesse, no momento em que os presos fizeram a pirâmide humana e subiram ao solário para render o agente eles tomariam um choque e seria acionado o alarme, permitindo que o agente deixasse o local e trancasse o acesso dos presos ao restante do prédio pelo solário.

Efetivo

Conforme o Sindarspen, no momento da rendição, havia apenas um agente de cadeia para tomar conta dos quatro pátios de sol, com 36 presos em cada pátio. No dia a dia, a PEC tem metade dos agentes necessários para dar conta dos cerca de mil detentos.

“A retidão e o profissionalismo com que os agentes da PEC atuam têm impedido a entrada de armas, celulares e outro ilícitos que comprometem a segurança da unidade”, diz a nota, que acrescenta que a fiscalização constante tem sido feita pelos servidores, algo que tem desagradado à massa carcerária que, para justificar a brutalidade da rebelião, acusam de forma mentirosa os agentes de práticas de tortura.

O Sindarspen ressalta que, diante dos fatos expostos, uma tragédia só não havia acontecido antes graças ao empenho dos agentes penitenciários mesmo diante de tanto descaso do poder público. Não podemos aceitar que se jogue sobre eles uma responsabilidade que só cabe ao Estado.