Cotidiano

Advogados em todo o Paquistão entram em greve após ataque a hospital

ISLAMABAD — Advogados em todo o Paquistão entraram em greve nesta terça-feira em protesto contra o atentado suicida que matou na véspera 74 pessoas, entre elas muitos colegas de profissão, no Sudoeste do país.

Segundo a equipe médica, em torno de 60 vítimas eram advogados que se reuniram no hospital da cidade de Quetta em sinal de luto pelo assassinato poucas horas antes do presidente da Ordem dos Advogados da província de Baluchistão, Bilal Anwar Kasi.

“Os advogados de todo o país boicotarão nesta terça-feira os processos judiciais como protesto após a morte de advogados em Quetta ontem (segunda-feira)”, indicou em um comunicado o Conselho de Advogados do Paquistão.

As escolas e mercados do Baluchistão, província instável cuja capital é Quetta, seguirão fechadas nesta terça-feira, informou o porta-voz do executivo provincial, Anwar-ul-Haq Kakar.

Entre as 112 pessoas feridas, 27 seguiam em estado crítico e foram transferidas a Karachi, onde se encontram agora fora de perigo, segundo um porta-voz do hospital Aga Khan.

O atentado foi reivindicado na noite de segunda-feira por uma facção talibã, Jammat-ul-Ahrar (JuA), e depois pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

A explosão provocou um banho de sangue em frente ao setor de emergência do hospital civil de Quetta, onde 200 pessoas estavam reunidas para compartilhar seu pesar pelo assassinato de Kasi, um famoso advogado na região.

Trata-se do segundo atentado mais letal cometido no Paquistão neste ano, depois do ataque suicida que no fim de março matou 75 pessoas, entre elas muitas crianças, em um parque de Lahore (leste), onde a minoria cristã celebrava a Páscoa.