O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Michel Temer, classificou de "absurda" a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de protocolar o pedido de impeachment do presidente. Ele criticou o fato de a atitude ter sido tomada justamente pela categoria profissional que trabalha com o direto de defesa.
— Deu-me a ideia de que se tratasse da Ordem dos Enfermeiros ou dos Engenheiros. Mas a Ordem dos Advogados votar impeachment sem direito de defesa? Os advogados pediram dois ou três dias e eles não deram. Não é a minha Ordem, não é a Ordem que a sociedade brasileira precisa — disse o criminalista.
Na ocasião em que a OAB decidiu entrar com pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, também não foi dado prazo para a defesa. José Eduardo Cardozo, que defendia a então presidente, pediu mais tempo para apresentar seus argumentos, mas a entidade entendeu que não cabia. Concedeu apenas a oportunidade de uma sustentação oral, assim como foi feito com a defesa de Temer na sessão que decidiu pela abertura do impeachment, no último sábado.
Mariz afirmou que fará pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) na semana que vem. Um deles deverá ser a separação do caso de Temer, hoje investigado no mesmo inquérito do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e outros. O advogado diz que ainda estudará o tema, mas que há uma "tendência" nesse sentindo, uma vez que fatos imputados a Aécio não se relacionam com os atribuídos a Temer.
