Cotidiano

Advogada de Assange diz que ele está pronto para ser extraditado aos EUA

LONDRES – Uma das advogadas da equipe legal de Julian Assange indicou nesta quarta-feira que o fundador do Wikileaks está pronto para ser extraditado aos Estados Unidos após o presidente Barack Obama reduzir a sentença da soldado Chelsea Manning, anunciada na terça-feira.

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012. Ele temia retornar aos Estados Unidos e ser acusado de espionagem caso deixasse a embaixada, mas o país não emitiu nenhuma ordem de extradição contra ele até o momento. No entanto, ele se recusa a retornar à Suécia, onde enfrenta processo por suposto estupro.

Na semana passada, Assange já havia sinalizado que aceitaria ser extraditado aos EUA caso o governo libertasse Chelsea, que sairá da prisão em 17 de maio. Melinda Taylor, uma das representantes legais do ciberativista, afirmou que ele não voltaria atrás:

? Tudo que ele disse ele sustenta ? disse a advogada à Associated Press.

Logo após o anúncio da comutação de Chelsea Manning, o Wikileaks publicou no Twitter que “Assange está confiante de ter um julgamento justo nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça de Obama impediu a defesa do interesse público e um júri justo”.

Assange celebrou a decisão de Obama de reduzir a pena de Chelsea, que divulgou, através do Wikileaks, mais de 700 mil documentos sigilosos sobre atividade militar dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão.

“Sua coragem e determinação fizeram o impossível possível”, disse Assange em comunicado.

A Casa Branca esclareceu, no entanto, que a oferta de extradição de Assange em troca da clemência a Chelsea não influenciou na redução da sentença de 35 anos.

“A decisão do presidente em oferecer a comutação não foi influenciada pelos comentários públicos do senhor Assange ou da organização Wikileaks”, disse uma autoridade da Casa Branca, segundo o “The Guardian”. “Eu não tenho informação sobre os planos de viagem do senhor Assange. Não posso falar sobre quaisquer acusações ou possíveis acusações que ele pode enfrentar do Departamento de Justiça”.