Política

Administração economiza mais de 30% em licitações

Com cidade endividada, gestão se resumiu em aproveitar o poder de compra do Município

Cascavel – No início do primeiro ano da administração, o prefeito Leonaldo Paranhos encontrou diversas complicações para colocar Cascavel nos eixos. Primeiro, o contrato com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para as obras do PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado). São 54 milhões de dólares financiados para fazer obras em cinco anos. Porém, nos primeiros três anos de contrato, geridos pela antiga administração, apenas 36% das obras foram feitas. O restante ficou para ser concluído até 2018. “Esse contrato tem um complicador que não tem carência. Toda obra que se faz tem contrapartida do Município. E quando o banco deposita não posso deixar em caixa. Se eu não gastar esse dinheiro, pago multa. Tudo isso me assustou. Então tirando o que vai para o IPMC e para o BID, a folha de pagamento… sobrou pouco mais de R$ 300 milhões”, comenta Leonaldo Paranhos.

O que restou à gestão foi perceber o poder de compra da Prefeitura. Com isso, a economia foi de mais de 30% em licitações. “Mesmo tendo dívidas, temos esse potencial para compra. Fizemos 606 licitações em 2017. Pagamos pouco mais de R$ 200 milhões. Sobrou. No ano passado foram 248 certames. No início do ano eu lancei esse objetivo de 30% de economia, para comprar melhor. Se eu vou comprar camisa em grande quantidade, eu não quero pagar R$ 100 em cada camisa, mas sim R$ 60”, exemplifica.

A Prefeitura também unificou licitações. “Antes cada secretaria comprava pneu, por exemplo, e cada uma pagava um preço. Nós unificamos as licitações. Se for pra comprar caneta, compramos tudo junto e temos desconto maior. Mas também precisamos verificar a qualidade dos produtos. Dos uniformes, por exemplo, tivemos uma qualidade porque todo mundo ficou em cima. A imprensa principalmente”, relata.

Compromissos

Foi com essa economia, de mais de 30% nas compras, que Paranhos conseguiu cumprir com alguns compromissos de campanha já no primeiro ano. O pagamento do piso para os servidores foi um deles. O aumento para os professores foi gradativo, mas os educadores conseguiram chegar onde queriam. Para 2018, o piso nacional é atualizado e, mais uma vez, a prefeitura quer atingir o mínimo pago aos servidores.

Licenças-prêmios também foram colocadas em dia. Elas são direito dos servidores e não eram pagas desde R$ 2008. “No início do ano, tivemos a antecipação do ICMS do governo do Estado, no valor de mais de R$ 8 milhões. Destinamos para reforma de escolas. Agora, entrou R$ 13 milhões dos R$ 42 milhões renegociados do Refic. Desse montante, 25% eu tenho que destinar para Educação. Determinamos compra de equipamentos, mesas, cadeiras, brinquedos, micro-ondas… e tudo isso vamos entregar agora, dia 8 de janeiro”, complementa.

A UPA Pediátrica reformada foi inaugurada, além de quatro unidades de saúde que foram entregues e 1.022 servidores contratados. Além da compra do Hospital Jácomo Lunardelli e a construção de moradias provisórias, para os moradores que saíram do Jardim Gramado.

Ferramenta mantida

Com um orçamento para 2018 de mais de R$ 1 bilhão, mas 37% que vêm do governo federal e que não é garantido, e ainda boa parte da arrecadação própria dependente da arrecadação com impostos, a Prefeitura vai trabalhar com uma realidade bem diferente do previsto. “Por isso não abro mão dessa ferramenta de aproveitar nosso poder de compra.

Devemos verificar três orçamentos diferentes antes de uma licitação. Mas fazemos oito, dez, isso já para lançar o produto com um preço mais baixo. E as empresas daqui têm ganhado, o que é muito positivo”, resume Paranhos.

Reforma administrativa com nomes estranhos

O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos está com os novos nomes da reforma administrativa no gatilho. Das 17 secretarias, quatro foram excluídas. Desde o início do ano, o prefeito optou por não nomear cinco secretários. Isso porque já tinha a reforma administrativa como planejamento e era melhor não se comprometer com “partidos”, além, é claro, da economia pretendida.

Agora, com a reforma aprovada e prevendo mais eficiência da administração, o prefeito fez alguns convites extras e só está esperando a resposta dos partidos. “Fiz convite ao PMDB e ao PR para participar do governo, e ainda não tive resposta. Falaram sobre o Walter Parcianello. Mas o convite não é a ele, especificamente, e sim ao partido”, adianta.

A polêmica é que, em nota, o partido, que agora se chama MDB, afirmou que Paranhos pediu diretamente Walter. A decisão foi pessoal e os aliados políticos, que estiveram com o prefeito na campanha, não gostaram muito da abertura aos adversários para participar do governo.

Outras mudanças estão previstas. Alcineu Gruber, que é presidente do IPMC, está na chefia de gabinete. E os territórios cidadãos são administrados pelo presidente da Fundetec, Alcione Gomes. “Quero liberá-los, o Alcione, principalmente, para cuidar de forma integral da Fundetec. Quero colocar o Cocão [José Carlos da Costa, secretário de Ação Comunitária], que já tem experiência com o cuidado com a comunidade”, afirma.