Cotidiano

Adesão à greve dos caminhoneiros não é unânime no Paraná

Grupo de caminhoneiros anunciou greve na próxima segunda-feira

Vera Cruz do Oeste – Um grupo de caminhoneiros anunciou que a categoria vai entrar em greve na próxima segunda-feira (9). O setor utiliza principalmente as redes sociais para reunir os manifestantes e divulgar as reivindicações.

No entanto, antes mesmo de as paralisações iniciarem, o movimento já está rachado. É o que afirma o secretário do Sindicato dos Transportadores Autônomos do Sudoeste, Idair Parizotto.

“Não vamos participar de movimentos que usam os caminhoneiros como massa de manobra para conquistar pautas que atendam um grupo específico. A nossa luta é para todos e, dessa vez, os interesses são extremamente políticos”, relata.

Ele ressalta que, apesar de grande parte dos caminhoneiros das regiões Sudoeste e Oeste do Paraná serem contrários ao movimento, há uma pequena parcela que pode organizar bloqueios nas rodovias federais e estaduais.

“Alguns motoristas vão aderir à greve, mas muitos deles continuarão trabalhando mesmo que o movimento se inicie”, diz Parizotto.

Reivindicações

A insatisfação com o governo da presidente Dilma Rousseff é um dos principais motores da possível paralisação da próxima semana. Conforme o presidente do Movimento dos Caminhoneiros Autônomos do Oeste, Saulo Ivo Lamb, a categoria ainda aguarda o cumprimento dos itens acordados na greve passada, situação que vem gerando revolta entre os motoristas.

“Tudo que os autônomos conquistaram não foi cumprido e ninguém aguenta mais essa situação”, comenta.

Lamb destaca que o movimento será independente, sem a interferência de sindicatos ou federações, mas que ainda não há pontos de bloqueios definidos na região. Dessa vez, a paralisação tem o apoio dos movimentos sociais Vem Pra Rua, Revoltados Online, Avança Brasil Maçons BR e Movimento Brasil Livre. 

Itens discutidos ainda em março voltam à pauta

O Comando Nacional do Transporte, liderado por Ivar Luiz Schmidt, pede o cumprimento integral da pauta entregue à União ainda em março, quando foi reivindicada a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, a anulação das multas aplicadas durante as manifestações anteriores, além da reserva de mercado de 40% nas cargas em que o governo federal é agente pagador.

A pauta é extensa e propõe ainda o refinanciamento de dívidas em qualquer agente financeiro, liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos, aposentadoria com 25 anos de contribuição, salário unificado em todo o território nacional e gratificações e a manutenção do fator previdenciário em 1% para as empresas de transporte de cargas.

“O governo já provou que não se importa com a nossa categoria, que já está massacrada pelos exploradores dos grandes grupos multinacionais”, diz Schmidt em anúncio feito na página oficial do movimento de greve.