Cotidiano

Acusado de empregar sua mulher, presidenciável Fillon vê popularidade despencar na França

PARIS ? Após ter sido acusado de remunerar a sua mulher por um emprego fantasma, o candidato presidencial da direita francesa, François Fillon, viu sua popularidade despencar para as eleições deste ano. Cerca de 61% dos eleitores disseram ter uma opinião negativa sobre o conservador a uma pesquisa realizada depois do escândalo vir à tona. A sua queda nas pesquisas poderia favorecer a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que vem ganhando espaço no espectro político francês antes da votação.

A sondagem do instituto Odoxa mostrou que 38 %o dos entrevistados têm uma boa opinião de Fillon ? o que representa uma queda de 16 pontos percentuais desde uma pesquisa similar conduzida em novembro. O levantamento foi realizado pela internet com 1.012 pessoas na quinta-feira.

No dia anterior, o semanário “Le Canard Enchainé” noticiou que Pénélope Fillon havia recebido 600 mil euros para atuar como assistente parlamentar do marido e, depois, do seu sucessor na Assembleia Nacional ao longo de vários anos.

Nos termos da lei francesa, a contratação de um familiar não é proibida, desde que a pessoa desempenhe funções efetivas. O ?Canard Enchaîné? afirma que não havia registros de atividades da esposa do candidato, nem de sua presença na Assembleia Nacional.

Em resposta, o advogado do ex-primeiro-ministro, Antonin Levy, informou ontem que Fillon teve uma reunião com os juízes da procuradoria nacional e mostrou documentos para comprovar o trabalho realizado por sua esposa. O candidato francês nega qualquer irregularidade e classificou as alegações de “abjetas”.

O escândalo pode vir a ser decisivo para as eleições deste ano na França. Pesquisas indicam que a votação deverá ser decidida entre Fillon e Marine Le Pen. Enquanto Marine defende ideias da extrema-direita, como o controle da imigração e a saída da França da União Europeia, Fillon é a favor do corte de impostos para empresas, o relaxamento da legislação trabalhista e a eliminação de 500 mil postos de trabalho no setor público.