RIO ? Professor da Fundação Getúlio Vargas, o economista Affonso Celso Pastore alertou para os riscos de se retomar uma estratégia de acumular reservas internacionais para reagir à valorização cambial. Ele afirmou que este ?é um erro crasso? e que espera que não seja cometido. Entre 2007 e agora, o total de reservas internacionais saltou de US$ 200 bilhões para US$ 370 bilhões. O custo da acumulação dessas reservas no período, segundo ele, corresponde a 15% do Produto Interno Bruto (PIB).
? Não há como reagir à valorização cambial acumulando reservas. A única forma é baixar a taxa de juros. (?) Sei que deve ter muita gente querendo que se acumule reservas. Isso seria um erro crasso e espero que não seja cometido ? disse Pastore ao participar da sessão especial do Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.
Pastore afirmou que este tipo de pressão para a acumulação de reservas tende a ocorrer quando o crescimento da economia for retomado e o país voltar a registrar déficits em contas correntes. Isso porque os resultados em contas correntes do Brasil têm sido de superávit em anos de recessão e de déficit em anos de crescimento.
? A hora que o Brasil voltar a crescer, vai acontecer o déficit com conta corrente e com real mais valorizado. Quando o mercado começar a ver que estamos aumentando o déficit e as exportações líquidas, vai se voltar para o Banco Central para acumular reservas.
