Cotidiano

Acordo não livra Braskem de ações judiciais movidas por investidores

2015_864135008-227905720_-1-.jpg_20151105.jpgSÃO PAULO ? O acordo de leniência assinado pela Odebrecht e pela Braskem com as autoridades americanas e suíças não as livra de ações judiciais movidas por investidores que reclamam perdas com as ações da petroquímica negociadas na Bolsa de Nova York. A multa, de R$ 6,9 bilhões, servirá para encerrar apenas os processos junto aos órgãos de investigação e regulação do Brasil, da Suíça e dos Estados Unidos.

A principal alegação dos investidores que foram à Justiça americana é que, no dia em que foi revelado o envolvimento da Braskem na Operação Lava-Jato, em março de 2015, os recibos de ações da petroquímica (ADRs, na sigla em inglês), caíram 20,4%, indo para US$ 6,71. Atualmente, os papéis são negociados a mais de US$ 20, tendo se valorizado desde então. A ação coletiva é do escritório Glancy Prongay & Murray, de Nova York.

PROPINA EM 12 PAÍSES

No que foi definido pela justiça dos Estados Unidos como ?o maior caso de pagamento de suborno da História”, a Odebrecht e a Braskem admitiram ter repassado cerca de US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões, em cotação atual) em propina a autoridades, políticos, partidos e empresas no Brasil e em outros 11 países da América Latina e da África. Só a Braskem admitiu ter pago US$ 250 milhões em propina somente no Brasil – o que equivale a R$ 832 milhões em valores atuais.

Nos termos do acordo global, a Braskem se compromete a pagar às autoridades o valor total de US$ 957 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 3,1 bilhões, em multa e indenização. Segundo a empresa, deste total, cerca de R$ 1,6 bilhão será pago mediante a ratificação dos respectivos acordos, sendo US$ 95 milhões pagos ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), US$ 65 milhões à Securities Exchange Commission (SEC), CHF 95 milhões (francos suíços) à Procuradoria-Geral da Suíça e R$ 736 milhões ao MPF brasileiro. O saldo de aproximadamente R$ 1,5 bilhão será pago ao MPF em seis parcelas anuais, reajustadas pela variação do IPCA.

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