Cotidiano

Ações para conscientizar

O Dia da Consciência Negra, celebrado ontem, foi lembrado com ações pedagógicas no Colégio Estadual Jardim Santa Felicidade, em Cascavel. A ação teve como objetivo trazer para o ambiente escolar o conhecimento, a reflexão e atitudes mais respeitosas em relação à cultura africana e afro-brasileira. Foram realizadas atividades ao logo da semana passada e, ontem, durante horários determinados, os estudantes tiveram acesso a apresentações culturais como teatro, dança, poesia, contação de histórias e apresentação musical com grupo de rap.

Uma das responsáveis pela realização dos eventos, a professora Camila Feine Waclawowsky, que ministra a disciplina de ciências na instituição, conta um pouco sobre essas ações. “Essas são atividades multidisciplinares, estamos mostrando aos alunos as diferentes raças, credos. Estamos mostrando a história, explicando motivos do por que temos hoje, por exemplo, as cotas em cursos superiores para afrodescendentes”, afirma.

A estudante do oitavo ano, Mariana Julia Costa Pereira, de 13 anos, afirma que os assuntos foram trazidos para os alunos de maneira muito compreensível. “As atividades foram bem legais, os professores nos ajudaram nos trabalhos e isso é muito importante, pois os alunos precisam ter esses valores, ter respeito e entender porque as coisas são como são” diz.

Trabalhos

Dentre as atividades, os alunos do colégio desenvolveram trabalhos como gráficos, artesanato voltado à cultura afro e tiveram a oportunidade de conhecer, por exemplo, a religião e culinária desse povo.

Um desses trabalhos é a confecção da boneca Abayomi, que é feita de pano. “Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros (navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil), as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim”, explica a professora Camila.