Cotidiano

Ações do Itaú sobem após anúncio da compra do Citi

SÃO PAULO – Os analistas e o mercado avaliaram positivamente a compra da operação de varejo do Citi pelo Itaú Unibanco, anunciada no final de semana. O valor da transação foi de R$ 710 milhões. As ações preferenciais (sem direito a voto) do banco fecharam em alta de 0,13% cotadas a R$ 38,11 na venda, enquanto os papéis ordinários (com direito a voto) tiveram valorização de 0,47%, cotados a R$ 33,63 na venda. As ações do Itaú ficaram entre as cinco mais negociadas do pregão. O negócio ainda está sujeito à aprovação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico (Cade), órgão que regula a concorrência no país.

Para analistas, a compra foi estratégica para o Itaú. Segundo relatório do banco suíço UBS, a aquisição aumenta a exposição da instituição ao segmento de alta renda, mesmo com alguma sobreposição da base de clientes. O valor pago, segundo o UBS, representa aproximadamente 3% da posição de caixa do Itaú. A compra baixará o Índice de Basiléia do banco (exigências mínimas de capital) para 13,7%, ainda bem acima do mínimo exigido no Brasil, que é de 11%. Isso sinaliza que não há necessidade de levantar capital para a compra.

Com base na compra do HSBC feita pelo Bradesco, o UBS espera que o negócio seja aprovado no segundo trimestre de 2017.

Para os analistas da Guide Investimentos, a aquisição é “marginalmente positiva” para o Itaú. A Guide Investimentos observa que a operação também está sujeita à aprovação do Banco Central e a expectativa é de algumas restrições impostas pelo Cade. Entretanto, a Guide não espera maiores complicações em relação a isso. Segundo estimativa da Guide, o valor pago pela transação foi bem abaixo do que o Citi e o mercado esperavam – algo em torno de US$1,5 bilhão. Após a compra o Itaú Unibanco passará a ter R$1,404 trilhão em ativos, e mantém a liderança como o maior banco privado do país em número de ativos e clientes.

“O Citibank era um ativo interessante, do ponto de vista da carteira de clientes, pois possui um seleto grupo de alta renda, segmento que cresceu 8,5% ao ano no Itaú com o Personnalité. Além disso, o Citi era uma das últimas grandes oportunidades de fusão e aquisição dentro do segmento bancário, que agora ficará mais concentrado em poucas grandes instituições”, informa o relatório da Guide.

Para a XP Investimentos, o negócio já era esperado e as perspectivas para os papéis do Itaú continuam positivas, devido ao cenário de queda na inadimplência, aumento da recuperação de crédito e spread financeiro em elevação.