Cotidiano

?Ação isolada?, diz secretário de Justiça de Roraima sobre massacre

BOA VISTA ? A morte de 33 presos na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), o maior presídio de Roraima, foi minimizada pelo secretário estadual de Justiça e Cidadania, Uziel Castro. Em coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira, Castro classificou a chacina como ?ação isolada contra presos comuns?.

Massacre Roraima

? Essa situação é uma crise nacional em que todos os estados vivem. Teve por último no Amazonas uma guerra de facções e essa crise que está atingindo todo o sistema prisional, disse Uziel, referindo-se ao massacre que culminou na morte de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.

Apesar de afirmar que a situação no presídio estava sob controle, o clima em frente à Penitenciária Agrícola, até o final da manhã, ainda era de tensão. Ao menos quatro estrondos de bombas foram ouvidos de dentro da unidade após o Grupo de Intervenção Tática da Polícia Militar entrar no local.

Familiares lotaram a frente da unidade prisional em busca de informações sobre os mortos. A todo o momento, carros funerários chegavam ao local para remover os corpos, pois o Instituto Médico Legal (IML) de Boa Vista, a Capital do Estado, conta apenas com duas viaturas.

Desde o dia 3 de novembro, um mês após a morte de 11 presos, sendo dez integrantes do Comando Vermelho (CV) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a unidade prisional só abriga presos ligados ao PCC ou que não integram nenhuma organização criminosas.

? Também requeremos, em novembro, apoio da Força Nacional de Segurança, mas o Governo Federal não acatou o pedido. Estamos tomando medidas preventivas, ontem mesmo fizemos varredura na Pamc e foram encontrados instrumentos cortantes e pólvoras? informou o secretário.

O secretário voltou a afirmar que o massacre foi cometido por presos do Primeiro Comando da Capital (PCC), mas negou retaliação à chacina cometida em Manaus e que as vítimas pertencessem a facções criminosas.

? Presos do regime fechado mataram presos do mesmo regime, assim como os do preventivado. Os que estavam na ala de segurança se mataram entre eles. Foram três frentes de homicídios contra vítimas sem ligações com facções ? frisou.