Cotidiano

Abrigo para quem vive na rua

Enquanto os ônibus do transporte coletivo não circulam pela Avenida Brasil, as estações de embarque construídas ao longo da via pública que deveriam receber passageiros estão servindo com abrigos para moradores de rua.

Ontem, após a temperatura despencar vertiginosamente, muitos deles se abrigavam em vários pontos. Os bancos de madeira e papelões servem de cama. Os cobertores usados pelos moradores de rua são doações da população, igrejas e entidades que prestam serviços voluntários.

Apesar das instituições que oferecem atendimentos a esse público estarem sempre no limite da capacidade, a permanência na rua, na maioria dos casos, é por opção dessas pessoas. A prefeitura tenta por meio de abordagens retirar moradores de ruas, mas reconhece que ainda há muita resistência.

Claudinei Lopes nasceu em Cascavel, mas cresceu no Estado de Minas Gerais e agora retornou à cidade onde segue com o trabalho de artesão. Ela afirma que diante dos horários específicos em abrigos, prefere por passar a noite nas estações de embarque e em outros pontos da cidade. “Precisamos entrar até às 18h e, por isso, optei por não procurar mais ajuda em abrigo”, comenta.

Nos últimos dias ele tem suprido as necessidades com ajuda da população e dos demais companheiros da rua. “Tem noite que recebemos sopa e cobertores. Hoje minha maior dificuldade é recuperar ferramentas como alicate para que eu possa fazer meu trabalho. Tudo o que eu tinha foi furtado”, diz ele.

Noite nas ruas

Aparecida Rodrigues chegou a Cascavel há pouco mais de um mês. Neste período ela afirma que já recebeu ajuda no Centro POP, na Rua Vitória, ao lado da antiga sede da Guarda Municipal.

“Sei que existe um albergue noturno, mas optei por morar na rua”, diz Aparecida que permanecia sentada no banco da estação de embarque do transporte enrolada em um cobertor. Apesar das dificuldades por conta do frio, ela falou que não pretendia sair do local e que somente pela manhã buscaria ajuda no Centro POP.

Centro POP

A entidade funciona das 8h às 17h como um local de passagem e oferece café da manhã, almoço e café da tarde, além da oportunidade de higiene pessoal e das roupas. O município também conta com a Casa POP com capacidade de 25 acolhimentos e o Albergue que oferta outras 40 vagas.