Cotidiano

Abrigo para índios: Casa de Passagem continua só no papel

A construção é um projeto compartilhado entre Cascavel, Nova Laranjeiras, governo e Funai

Cascavel – Quem passa pelo Terminal Rodoviário Dra. Helenise Pereira Tolentino em Cascavel já percebeu que as barracas de lonas abrigando índios vêm aumentando a cada semana.

Desde a realização da última audiência pública em 2013, que discutiu a criação da Casa de Passagem Indígena, com debate na Câmara de Vereadores de Cascavel, até o momento o projeto não saiu do papel. A secretária de Assistência Social, Inês de Paula, afirma que não houve avanços na definição do local.

“A comissão de implantação da Casa de Passagem Indígena não se reuniu mais, desta forma não avançamos e não tem definição de local para implantação deste novo serviço. Até o momento não temos novidades no que tange a implantação do serviço”, disse.

A construção da Casa de Passagem Indígena é um projeto compartilhado entre as prefeituras de Cascavel e de Nova Laranjeiras, do governo do Estado e da Funai (Fundação Nacional do Índio). Chegou-se a estudar, num primeiro momento, o terreno de cinco mil metros no Loteamento Verdes Campos, próximo à Unioeste, mas foi descartado já que não atenderia as necessidades indígenas e também não agradou a comunidade daquele entorno. Era um projeto que previa abrigar até 40 indígenas.

Outra área foi cogitada no Bairro Pioneiros Catarinense, porém não houve confirmação. Questionada sobre o que estaria impedindo a construção da estrutura, a secretária de Assistência Social alegou não haver recursos.

“Atualmente não existe disponibilização de recursos financeiros para implantação e manutenção da Casa de Passagem Indígena em Cascavel”, frisa.

Mas no orçamento de 2015, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) estipulava R$ 500 mil para edificação da Casa de Passagem Indígena na pasta da Secretaria de Assistência Social. 

Acampados

A secretária de Assistência Social, Inês de Paula, também afirmou que são realizados trabalhos de abordagens com os indígenas acampados pela cidade, sobretudo os que ficam próximos à rodoviária.

“São realizadas abordagens com equipes do Centro Pop. Isso ocorre constantemente de maneira a oferecer melhores condições de segurança, higiene e alimentação aos indígenas. Infelizmente, culturalmente os índios não aderem aos encaminhamentos às Unidades de Acolhimento para a População de Rua”, acrescenta.