Agronegócio

A triticultura em inovação

As cultivares de trigo focadas na produção de grãos que possuem ciclos mais curtos e que permitem, em algumas regiões, a semeadura de três culturas ao longo do ano na mesma área (soja, milho e trigo ou soja, feijão e trigo) serão destaque durante o Show Rural 2018. Outra novidade são as variedades de trigo destinadas para produção de forragem conservada, proporcionado melhor aproveitamento da área durante o inverno, além da otimização dos processos nas fazendas leiteiras e uma boa resposta como fonte de energia, proteína na dieta do animal.

Fazer o trabalho em menor tempo sempre é o desejo de quem pesquisa e de quem planta independente da cultura. As novas cultivares de trigo precoces e superprecoces surgem como ferramentas para esse público. O TBIO Audaz e o TBIO Sonic, por exemplo, entram como opção de terceira cultura no sistema que envolve soja e milho, no norte e no oeste do Paraná, além de minimizar qualquer atraso na semeadura das culturas de verão.

Já no Estado de São Paulo, as opções são soja, feijão e trigo. Fernando Michel Wagner, gerente da Biotrigo Genética para os estados do Paraná e de São Paulo, do Cerrado, do Paraguai e da Bolívia, cita que, ao semear trigo com essas características de ciclo, é possível antecipar a soja de dez e 18 dias, dependendo da localidade, quando comparado a cultivares de ciclo mais longo. “A inclusão do trigo se torna rentável em um período em que atualmente muitos agricultores se arriscam com a semeadura tardia do milho de segunda safra ou mesmo apenas cultivam opções de cobertura de solo, sem falar em áreas de pousio [descanso da terra]”, complementa.

Os dois materiais são os primeiros filhos de TBIO Toruk, cultivar de trigo mais semeada no Brasil, com significativas melhorias na resistência a doenças sem perder o reconhecido potencial de produtividade, porém, em menor tempo dado aos ciclos mais precoces.

“TBIO Sonic” tem como principais características: a superprecocidade, o alto vigor e a produtividade, dado ao alto peso de seus grãos e o nível de resistência às diversas doenças, como o complexo de manchas folhares, bacteriose, ferrugem da folha, Vírus do mosaico do trigo e brusone.

Nas regiões mais quentes, onde o trigo compete com outras culturas no inverno, a cultivar finaliza seu ciclo em um período de 15 a 18 dias antes que a “TBIO Toruk”, sendo uma excelente ferramenta para o planejamento da semeadura da cultura posterior. Com porte baixo e excelente comportamento à germinação em pré-colheita e à desgrana natural, também se destaca pela reação ao acamamento e ao alumínio tóxico, tendo excelente desenvolvimento em todos os níveis de investimento.

Já a TBIO Audaz tem ciclo precoce, cerca de dez dias a menos que a TBIO Toruk. Apresenta um dos maiores avanços genéticos já alcançados pelo programa de melhoramento da Biotrigo, entregando alto nível de resistência às principais doenças do trigo, como o complexo de manchas folhares, bacteriose, ferrugem da folha, vírus do mosaico do trigo, com grande destaque às doenças de espiga como brusone e especialmente giberela. “TBIO Audaz, apesar de precoce, conseguiu alcançar o teto produtivo que fez seu pai ser reconhecido em todas as zonas tritícolas do Brasil. A cultivar representa um imenso ganho por trazer equilíbrio entre produtividade e qualidade industrial com uma condução a campo facilitada e extremamente responsiva a maiores investimentos”, explica Fernando.

Trigo no cocho

A nova opção de cultivar de trigo, inédita para a dieta animal pela sua ausência de aristas na planta, traz diversos benefícios ao pecuarista. Aproveitamento na lavoura de inverno, produtividade, manejo facilitado e ganhos na produção de leite e de carne. Na dieta, as vantagens com a silagem de trigo são nutricionais: possui alto teor de energia, amido, açúcares, proteína, promovendo uma resposta rápida em produção.

Segundo o zootecnista da Biotrigo, Ederson Luis Henz, o TBIO Energia II tem ciclo até 20 dias mais curto quando comparado com o TBIO Energia I, proporcionando o cultivo nas regiões mais quentes, que têm uma grande bacia leiteira e de corte, como norte e oeste do Paraná, de São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Para as regiões frias, o benefício é liberar as áreas mais cedo para as culturas de verão, aproveitando a lavoura durante todo o ano e os rendimentos de um novo nicho de mercado para o trigo. “Cultivando trigo como silagem e pré-secado é possível produzir grande parte do volume de alimento conservado no inverno com excelente qualidade nutricional e com menor custo”, explica Ederson.

No Show Rural

As inovações serão apresentadas pela Biotrigo Genética durante o Show Rural. Atualmente, a empresa com capital exclusivo nacional é responsável pela genética de mais de 70% dos trigos cultivados no Brasil. O objetivo é trazer as últimas inovações tecnológicas de trigo para o produtor e visitante do Show Rural e auxiliar na tomada de decisão do agricultor por melhores práticas agrícolas. “Como o trigo pode maximizar os resultados da propriedade com novos níveis de produtividade, qualidade industrial e produtividade, reduzir os custos de produção da soja e, ainda, melhorar os aspectos físicos e químicos do solo, por meio da rotação de culturas”, ressalta o gerente da Biotrigo Genética, Fernando Michel Wagner.