Cotidiano

A polêmica dos Mupis

Desde o início de outubro os Mupis, aqueles aparelhos que ficam no canteiro central das avenidas mostrando a hora, temperatura e algum tipo de publicidade, estão em posse do Município. Na redes sociais têm gerado até alguns “memes”, por mostrar a hora errada ou mesmo colocar mais horas no dia. Alguns equipamentos já foram flagrados marcando 72 horas e alguns minutos, confundindo a cabeça do cascavelense.

Todos eles agora são usados para propaganda do Município, de ações da prefeitura, o que gerou certo “desgosto” ao proprietário da empresa que antes explorava os espaços. O contrato venceu no ano passado e os equipamentos eram usados, ainda esse ano, de forma irregular. Só no fim de setembro é que a empresa entregou as chaves dos equipamentos.

Até agora não houve uma licitação para que empresas usassem os espaços para exploração para publicidade. Motivo que levou o proprietário da Pajolla Mídia a comparecer ontem, à Câmara de Vereadores. “Há prejuízos para Cascavel com perda de receita em impostos; aumento de gastos púbicos; e também prejuízo à iniciativa privada”, afirmou Marcelo Pajolla.

A empresa alega que, desde 2011, doou, instalou e fez manutenção em quatro mil placas de rua, 200 conjuntos toponímicos e 30 Mupis sem receber nada da Prefeitura por isso. “Não há previsão orçamentária para manutenção dos equipamentos e as trocas de lonas feitas pela prefeitura são feitas por um valor três vezes maior que o de mercado. As empresas de outdoor foram beneficiadas com isso, e sendo o prefeito proprietário de uma empresa de outdoor, sugiro aos vereadores acompanhar esse tema”, acusou.

Desconfiança

A desconfiança surgiu na cabeça de alguns vereadores, principalmente pelo fato de a tribuna do povo ser usada por um empresário. Alguns legisladores entenderam que o regimento interno foi desrespeitado e que estranham a atitude da empresa em se “preocupar” tanto com a questão.

Outro lado

Por meio de nota, a Prefeitura de Cascavel disse que a Pajola Comunicação é uma empresa “estranha” ao processo de licitação e contrata para a exploração dos Mupis. Segundo a nota, o contrato era com a empresa Shempo Empreendimentos e Sistema de Comunicação, que venceu em março de 2016. “Desde então, a Pajola Comunicação Ltda – ME praticou exploração irregular dos equipamentos e espaços públicos”, afirma a Secretaria de Comunicação.

Ainda de acordo com a Prefeitura, não houve desvio de finalidade ou prejuízo. “O Município tem apenas o custo da confecção das lonas publicitárias que equipam os mupis, sem custo algum de instalação”.