Cotidiano

A menos de oito meses das eleições, Hollande reduz impostos

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PARIS ? A menos de oito meses das eleições na França, o governo de François Hollande anunciou que vai diminuir o valor dos impostos que hoje pagam as famílias e pequenas e médias empresas no país. A medida seria o primeiro passo de um plano econômico de quatro anos, o que corrobora com as supostas intenções do presidente de se reeleger no ano que vem.

Como detalhou o ministro das Finanças, Michael Sapin, o corte significaria uma redução de ? 1,1 bilhão na receita da França, o que resultaria na economia de ? 200 mensais para cinco milhões de famílias de classe média0.

? Isso (o plano) não é apenas para combater a insatisfação diante dos impostos ? disse Sapin à rádio France Info. ? Estamos fazendo-o porque é justo e necessário.

A partir do ano que vem, o governo passa a reduzir a carga tributária de empresas com menos de 250 empregados, categorizadas como de pequeno ou médio porte ? nomenclatura que pode variar de acordo com o setor. O objetivo do programa é aplicar a reforma em todos os tipos de negócio até 2020.

O governo prometeu manter o déficit orçamentário em menos de 3% do PIB em 2017, como foi solicitado pela União Europeia. De acordo com estatísticas oficiais, o resultado do ano passado ficou em 3,5%.

Nos sites dos principais jornais, a medida foi observada como um último esforço do Hollande para salvar um mandato marcado pelo desemprego e desequilíbrio das contas públicas. O ?Le Figaro? analisou que os efeitos imposto será sentido particularmente pelos mais ricos. Em artigo no ?Le Monde?, o jornalista Patrick Roger chamou a redução nos impostos de um ?gesto final que não foi mesquinho?.

Ainda que não tenha anunciado oficialmente, Hollande deixou claro na última quarta-feira que pretende concorrer nas próximas eleições, em abril do ano que vem. Num discurso de mais de uma hora, ele repetiu seu interesse em continuar presente na vida política do país pelos próximos anos.

? Eu não vou deixar a imagem da França ser manchada, nos próximos meses ou nos próximos anos. É uma batalha de uma vida ? disse o presidente, dando outra indicação de suas intenções ao comentar leis que estigmatizam o Islã. ? Enquanto eu for presidente, não haverá legislação de ocasião que seja inconstitucional ou impossível de aplicar.

Com baixo índice de aprovação ? 15% ?, o governante está entres os presidentes menos populares da História recente da França.