Cotidiano

A importância da minha mãe

Por Karine Rizzardi

Mãe! Quando eu tinha sete anos, lembro que um dia você apagou todo meu caderno e me mandou refazer a tarefa de português. Não me recordo ao certo a reação que tive, mas lembro que aquela lição me ensinou a fazer tudo bem feito, dando o meu melhor em cada pequena coisa que eu me propusesse a fazer na vida.

Lembro das maneiras desmedidas de você fazer meu quarto ficar organizado e quando eu chegava do colégio e via uma placa em cima do meu tênis, escrito: “Me lave, por favor…Estou precisando respirar!” ou as centenas de folhas coladas no guarda-roupa, do tipo: “Olá! Eu preciso de atenção. Você pode me ajudar?”…

Quando eu era adolescente, houve um dia em que um colega da escola me chamou de gordinha e eu fiquei arrasada. Fui chorar para você e lembro que você não deu a solução das minhas dificuldades, mas incentivou que minhas forças fossem suficientes para que eu pudesse me superar sozinha.

Houve uma vez que você estava ganhando bastante dinheiro trabalhando fora e não entendi por quê você chegou em casa um dia e disse a todos nós: “Eu não vou mais trabalhar!” Eu te perguntei: “Mas por quê, mãe?” E você:

“É porque seu pai, você e suas irmãs são muito mais importantes do que qualquer outra coisa na minha vida.”

Anos atrás eu tive minhas três filhas e parece que seu valor se agigantou, pois, posso dizer que o amor que hoje dou, é aquele que um dia eu recebi.

Você me ensinou duas grandes verdades na vida:

1 – Uma delas é que eu sempre deveria respeitar e amar meu marido, pois ele seria a pessoa mais valiosa que Deus me daria, pois dali sairiam os filhos. Aprendi isto, vendo seu cuidado com o pai, em honra-lo e respeita-lo, cuidando para ninguém fizesse barulho em seu cochilo após o almoço. Você sempre o elogiava e não é a toa que ele baba em você até hoje.

2 – A outra verdade é da importância das palavras na vida dos filhos. Você sempre me fortaleceu com seus incentivos, nunca me protegeu em meus erros e sempre me encorajou a ir além – Ah… Você sempre dizia que eu poderia ir mais além.

Tudo bem! Confesso que até hoje eu lembro que você jogou fora as cartas que eu guardava com tanto carinho e ainda não consigo acreditar que você me dava ovo para levar de lanche da escola, mas tudo bem… ninguém é perfeito.

Só tenho algo a dizer:

Há muito de você e do pai dentro de mim. Obrigada por me amarem e acreditarem em mim!

 

A autora é psicóloga especialista em casais e família

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