Cotidiano

A evolução das aeronaves da Bombardier e da Embraer

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SÃO PAULO – Desde meados dos anos 1990, a brasileira Embraer e a canadense Bombardier têm uma convivência turbulenta no mercado mundial de aviação. O novo contencioso aberto agora pelo governo brasileiro no âmbito da Organização Mundia de Comércio (OMC), contudo, envolve aeronaves bem maiores e mais sofisticadas que as das primeiras contendas.

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Em 1996, quando acionou o Mecanismo de Solução de Controvérsias da OMC, a Bombardier questionava questionava o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) do BNDES, que era usado pela Embraer para vender suas aeronaves produzidas em São José dos Campos em condições mais favoráveis.

A aeronave em questão, eram os ERJ 145, o primeiro jato comercial produzido pela Embraer. lançado em dezembro de 1996. Destinado à aviação regional, o modelo tinha capacidade para até 50 passageiros e custava cerca de US$ 15,5 mil. Seu concorrente, o CRJ 200, da Bombardier, tinha sido lançado quatro anos antes, custavam mais, cerca de US$ 18 milhões.

Com custos de operação 10% menores que o concorrente, o ERJ145 foi um sucesso comercial: em 1998 a Embraer já tinha vendido 400 unidades do modelo, enquanto que a Bombardier vendera 560 do CRJ 200, que chegara quatro anos antes ao mercado.

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O desfecho dessa primeira contenda levou cerca de seis anos, resultando no estabelecimento de regras específicas para os programas de exportação de aeronaves do Brasil e do Canadá. Além de penalidades, o direito de adotar sansões a ambos.

A disputa que se inicia agora na OMC envolve “famílias” de jatos comerciais e de maior porte.

Bombardier Info

A Embraer acusa a rival canadense de estar subsidiando o projeto da família C-Series, sua novas linha de jatos comerciais com capacidade para até 130 assentos. Contra os quais a Embraer concorre a segundo geração de seus E-Jets, a E-2, cujo primeiro modelo, o 190 E-2, ainda está em fase de certificação e só começa a ser entregue em 2018.

São jatos de última geração e parte dos modelos ainda em está em desenvolvimento, caso do 195-E2,para até 130 passageiros, cujo primeiro protótipo deve ficar pronto este ano. E cujos preços partem de US$ 60 milhões, quatro vezes mais caros do que os modelos envolvidos na contenda dos anos 1990. Além disso, são jatos que se aproximam da faixa em que reinam as gigantes Boeing e Airbus, a partir de 150 passageiros, Ou seja, a disputa entre as duas fabricantes mudou de patamar.