Cotidiano

'A comunicação ubíqua é o novo desafio', diz Edson Rufino de Souza

O conteúdo precisa alcançar o leitor onde ele estiver, seja em redes sociais ou web, desktop ou celular. Mas como lidar com essa infinidade de interfaces?

De fato, o ser humano tem lidado com um número cada vez maior de sistemas de informação, e a todo momento precisa lidar com diferentes interfaces. Isto aumenta a importância do design de interação atualmente. Criar diálogos naturais destes sistemas adequados às características e expectativas de diferentes pessoas, considerando os seus contextos sociais, culturais e tecnológicos é uma missão fundamental para o designer de interação.

O que um veículo de comunicação pode fazer para ganhar destaque entre toneladas de conteúdos que circulam pela rede?

Diante de tantas demandas de informação à nossa atenção, é preciso que haja um cuidado cada vez maior na seleção de conteúdos realmente relevantes para cada perfil de usuário. Outra medida que pode ajudar a melhorar a comunicação neste contexto é aumentar a eficiência da comunicação, diminuindo a carga de informação das mensagens, adequando estas à capacidade cognitiva das pessoas.

Primeiro veio a internet, depois as redes sociais, os dispositivos móveis. Qual o próximo desafio para a indústria de mídia?

Sem dúvida que a computação ubíqua é o novo desafio, em que os sistemas começam a habitar produtos e ambientes à nossa volta. Esta já se apresenta em alguns produtos existentes, via comandos de voz, gesto, ou em dispositivos vestíveis que leem nossos sinais vitais como parte da interação, como fazem os smartwatches, entre outros. Tornar a interação com tantos sistemas natural e o mais transparente quanto possível, bem como a resolução de desafios relacionados à privacidade, são desafios para o design de interação nos próximos anos.

Na sua opinião, qual foi o maior impacto da revolução digital na imprensa tradicional?

Há diversos grandes impactos, mas eu destacaria o acesso facilitado e acelerado à informação e à possibilidade de obter diferentes pontos de vista sobre um fato. Isto dá maior poder de decisão e empoderamento ao cidadão para que este possa melhor utilizar seus direitos.