Cotidiano

93% querem cassação de vereadores presos

Cinco vereadores presos, reeleitos em 2 de outubro, conseguiram na Justiça o direito de ser empossados para nova legislatura

Foz – Que os brasileiros andam de saco cheio com políticos corruptos não é novidade. Em Foz do Iguaçu, pesquisa da rádio Cultura mostra a indignação popular para uma situação que expôs ao rídiculo um dos principais parques turísticos do País e do mundo. Cinco vereadores presos, reeleitos em 2 de outubro, conseguiram na Justiça o direito de ser empossados para nova legislatura. Eles ainda seguem detidos por envolvimento em um esquema de subtração de dinheiro público.

Enquête da rádio Cultura (www.radioculturafoz.com.br ) traz um dado que não pode ser ignorado. Para 92,7% dos que responderam à pergunta apresentada pela emissora a Câmara de Foz deve cassar o mandato dos vereadores presos. Para 7,3%, eles têm o direito de cumprir os novos mandatos. A prisão dos vereadores ocorreu no dia 15 de dezembro, na chamada Operação Pecúlio. Na ocasião, 12 dos 15 vereadores foram presos. Outros dois tiveram de ir às autoridades para dar explicações. Apenas um, Nilton Bobato, passou incólume à maior crise do Legislativo de Foz.

Moradores e líderes locais dizem que é uma vergonha, para a cidade e para a Câmara, manter em seus quadros vereadores presos por crimes contra o erário e o contribuinte. “Como vamos confiar temas tão importantes da nossa comunidade a pessoas que sujaram seu nome e sua biografia por migalhas”, afirma um líder local que prefere manter seu nome em sigilo. A Acifi, Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu, se posicionou e pede que se apurem dispositivos legais nos quais vereadores, por decoro, possam ter mandatos cassados.

Desrespeito

Os cinco vereadores que tomaram posse escoltados por força policial são Anice Gazzaoui (PTN), Rudinei de Moura (PEN), Darci Siqueira (PTN), Edílio Dall´Agnol (PSC) e Luiz Queiroga. A sessão foi aberta e ocorreu em meio a protestos. Uma das cenas mais constrangedoras na posse foi a atitude de Edílio, ex-presidente da Câmara, que debochou dos manifestantes mandando beijinhos para a plateia. Os vereadores, graças a uma determinação do TCE-PR, foram impedidos de receber salários enquanto estiverem na cadeia. O salário pago pela Câmara é de R$ 9 mil por mês.